Não é a primeira vez que isso acontece e a bandidagem continua tentando desafiar a segurança da Penitenciária Estadual da Dourados (PED). Na madrugada de ontem um drone que custa em torno de R$ 20 mil que pairava próximo ao estabelecimento acabou sendo abatido a tiros. Para a polícia, a mini aeronave não tripulada estava sendo usada para entrega de drogas e outros objetos ilícitos no presídio, que está superlotado, com 2.400 detentos onde cabem 718.
Conforme a Polícia Militar, policiais da companhia de guarda escolta faziam a vigilância da parte externa do penitenciária, quando escutaram barulho estranho e observaram o drone fazendo manobras para superar as muralhas. Os policiais, então, dispararam tiros, acertando um dos oito “braços” dos dispositivo que tem aproximadamente 95 centímetros.
O aparelho modelo DJI S1000 caiu na rodovia, BR-163, que fica ao lado da penitenciária, e foi recolhido pelos militares. De acordo com a polícia, é provável que o operador do drone estivesse em uma caminhonete flagrada estacionada no anel viário que dá acesso à PED. O ocupante do veículo conseguiu fugir após recuperar objetos que estavam amarrados na aeronave e se espalharam com os tiros.
OUTRO CASO
O uso de drone como forma de levar objetos para dentro dos presídios tem aumento em todo o país. Desde o ínicio passado, uma portaria da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) autoriza a Polícia Militar a abater aeronaves e aparelhos que se aproximarem dos presídios de Mato Grosso do Sul, sem prévia autorização.
A medida foi tomada justamente depois que um drone, possivelmente levando armas, pousou no pátio do mesmo presídio em Dourados. A situação ocorreu no dia três de janeiro de 2017 e causou um motim entre os presos. Temendo um possível ataque do Primeiro Comando da Capital (PCC), dezenas de presos do pavilhão 1, onde ficam aliados do Comando Vermelho (CV), quebraram as grades de 60 celas e se reuniram no pátio da penitenciária. O pavilhão 2, para onde teria sido levada a carga do drone, abriga filiados ao PCC.
De acordo com a Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen), os presos estavam exaltados em razão do massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus (AM), que resultou na morte de 56 detentos. No dia seguinte a situação, homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar entraram no presídio e fizeram uma varredura. Foram apreendidos apenas celulares e outros objetos, mas nenhuma arma de fogo.