Dona de casa onde preso da Máxima foi recapturado diz que imóvel não é “hotel do crime”. Vai vendo!

A proprietária da casa no Jardim Campo Alto onde foi recapturado o interno Naudiney de Arruda Martins, de 32 anos, fugitivo do Presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande, disse ontem (7) que seu imóvel não é “hotel do crime” como informou a Polícia Civil.

A mulher de 28 anos, que pediu para não ser identificada, garantiu que não conhece o homem que escapou da Máxima e acabou descoberto pela Polícia Civil dentro da residência dela.

Ela admitiu que sabia que três homens estavam escondidos na região e que ajudava o grupo. “Às vezes vinham aqui pedir para carregar o celular”, revelou.

No entanto, jurou que nunca eles se hospedaram na casa dela. “Eu alugo um quarto para outra jovem e foi ela quem deixou eles entrarem”, afirmou.

A mulher diz que na quarta-feira saiu e quando voltou viu o cerco da Polícia. “Pela grade do portão ainda vi um homem pulando o muro. Aí levaram todo mundo. Meu namorado e meus três filhos, tudo para a delegacia. Depois liberaram”, contou.

O imóvel fica em travessa de apenas uma quadra. Com cerca de 50 metros quadrados, tem sala, 3 quartos, cozinha, banheiro e quintal. É protegida apenas por uma grade de ferro e o muro baixo, de um metro e meio de altura, Da rua, é possível ver toda a movimentação no interior.

Nos fundos, a estrutura de alvenaria começa a ser levantada para construção de um banheiro. “Falaram que ali era buraco para o preso poder fugir. Mas não tem nada disso. Vou construir um banheiro para esse quarto que eu alugo, aí acharam que a obra era o buraco”, disse a proprietária.

Vizinhos contam que a mulher vive no imóvel há um ano e confirmam a versão de lugar “pacato”. Pedreiro de 50 anos, que vive ao lado da casa, garante que nunca viu movimentação suspeita no lugar. “Cheguei de noite e já estava a maior muvuca de policiais. Não sabia muito bem o que tinha acontecido, mas ouvi que estavam abrigando um fugitivo. Mas elas nunca deram problema”, afirmou.

Já para a Polícia Civil, a história é outra, pois monitorou familiares e pessoas ligadas aos dois presos que fugiram da Máxima até chegarem ao imóvel no Campo Alto. O outro fugitivo da Máxima, Douglas Luan Souza Anastácio, de 33 anos, ainda é procurado, mas também estaria no mesmo imóvel.

Integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo a Polícia Civil, Naudiney Martins era encoberto por comparsas e o plano seria levá-lo para a fronteira com o Paraguai.

A Polícia Civil descobriu que o foragido Douglas Anastácio estava na mesma casa, mas minutos antes da batida dos investigadores saiu. Outro homem com mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas e corrupção de menores foi localizado no mesmo lugar, por isso o batismo de “hotel do crime”.

Além disso, outros quatro homens, com idades entre 18 e 28 anos, foram presos na casa. A localização do fugitivo contou com o apoio da GISP (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário).