Depois de um fim de semana tranquilo com muitos turistas visitando as lojas Pedro Juan Caballero, cidade vizinha a Ponta Porã, MS, a segunda-feira foi marcada por um assassinato no estacionamento do Shopping China, um dos maiores da região. Já nessa terça-feira mais duas mortes, uma a sangue frio num lava-jato, e outra e uma loja de motos. Outros três feridos e uma perseguição levaram um clima de terror para a fronteira.
Os crimes mobilizaram as forças de segurança de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e de Ponta Porã, no lado brasileiro da fronteira.
O confronto envolveu carros em alta velocidade pelas ruas das duas cidades, gerando pânico entre moradores.
Três pessoas ficaram feridas durante o tiroteio e foram socorridas por uma viatura da Polícia Nacional do Paraguai, que as conduziu para atendimento. O tiroteio aconteceu em uma oficina de motos no bairro Virgem de Caacupé, em Pedro Juan Caballero. O estado de saúde das vítimas ainda não foi divulgado.
O ataque teve como principal alvo Luis César Argüello, paraguaio de 44 anos, atingido por diversos disparos enquanto conduzia uma caminhonete Jeep Sport T270, de cor cinza.
Devido à gravidade dos ferimentos, ele foi transportado em estado crítico para o Hospital San Lucas, sendo levado diretamente ao centro cirúrgico.
O tiroteio também deixou outras duas vítimas: Víctor Manuel Benítez, mecânico que realizava reparos em uma oficina próxima ao local dos disparos, e Rodolfo Manuel, um adolescente de 15 anos, ferido na mão após ser atingido por um tiro de raspão enquanto passava pela rua.
Victor Manoel Benítez, de 46 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira (212). Ele ficou ferido durante o tiroteio ocorrido por volta das 18h30 desta terça-feira (21), em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, no Mato grosso do Sul.
Benítez, que estava dentro de uma loja de peças de reposição no momento do ataque, foi atingido por tiros. Segundo relatos, ele não teve envolvimento no confronto e foi uma vítima colateral.
O brasileiro permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional, mas infelizmente faleceu às 2h45, segundo o médico plantonista. A causa da morte foi diagnosticada como choque hipovolêmico (perda grave de sangue).
Outro ponto de atenção ocorreu em um hospital particular da cidade, onde um Jeep Compass com placas paraguaias e diversas marcas de tiros no vidro dianteiro foi deixado por possíveis envolvidos no confronto.
A movimentação policial é intensa tanto em Pedro Juan Caballero quanto em Ponta Porã. Viaturas brasileiras e paraguaias realizam buscas por suspeitos, já que um carro possivelmente ligado aos autores do tiroteio entrou na cidade brasileira, sendo seguido de perto pela Polícia Nacional do Paraguai.
O cerco policial foi reforçado nos dois lados da linha internacional. Comerciantes e moradores relataram à reportagem momentos de medo, já que os disparos foram ouvidos em diferentes bairros ao longo do início da noite.
O clima segue tenso e em alerta em toda a região fronteiriça, com as autoridades intensificando patrulhamentos e abordagens na tentativa de localizar os criminosos e restabelecer a ordem.
Não existe ainda o que teria motivado o confronto nem informações sobre os autores do tiroteio. O caso segue em investigação pelas polícias dos dois países.
Uma das vítimas do tiroteio que foi alvejado por uma bala perdida (Foto: reprodução)
Violência na fronteira – A semana começou violenta na região fronteiriça. Ontem (20), Jonathan Medeiro da Fonseca, que foi candidato a vereador em Coronel Sapucaia, foi executado em um estacionamento de um shopping de importados na fronteira.
Natural de Joinville (SC), Jonathan concorreu ao cargo de vereador em 2024 no município de Coronel Sapucaia, outra cidade da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Nesta terça-feira (21), outro caso ocorreu. Câmeras de monitoramento registraram o momento em que um pistoleiro matou o comerciante paraguaio de lava-rápido César Michael Argüello Frutos, de 37 anos, por volta do meio-dia, em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS).
O comerciante, que não possuía antecedentes criminais, foi alvejado com 14 tiros de pistola 9 milímetros.
O funcionário dele, identificado como Leonardo Ramón Villalba Galeano, de 29 anos, também foi atingido por um disparo que passou de raspão na perna.