O promotor antidrogas Marcelo Pecci advertiu ontem (31) que, inevitavelmente, organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) continuará vendendo cocaína do aeroporto de Pedro Juan Caballero devido à permissividade do Departamento Nacional de Aviação Civil (Dinac).
Marcelo Pecci fez severas críticas ao Dinac durante pronunciamento na sede da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) para apresentar as provas apreendidas na “Operação Pulp Fiction”, que foi realizada entre segunda-feira e terça-feira passadas e resultaram na apreensão de 513 quilos de cocaína em uma pista de pouso clandestina Bella Vista Norte, na fronteira com o Brasil, além da apreensão de um avião e na prisão de dois pilotos.
Em seu discurso, o promotor Pecci disse que o aeroporto de Pedro Juan Caballero é um lugar que, lamentavelmente, está se tornando um epicentro destes grupos organizados. Ele também questionou que “não há regras administrativas, que deve ditar o Dinac de exercer esses controles”. Ele também previu que essas estruturas do crime organizado continuarão a operar sob essas condições”. “Essa grave lacuna na aviação civil do Paraguai não deveria existir”, afirmou.
A apreensão de 513 quilos de cocaína, que se tornou a maior da história do país, significava, de acordo com a Senad, o desmantelamento da estrutura aérea do PCC para trazer cocaína da Bolívia, processar no Paraguai e revender ao Brasil ou à Europa. O promotor não se atreveu a conectar diretamente o narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão, mas reconheceu que a pista fica em uma propriedade do bandido.