Durante uma operação da Polícia Civil de Joinville (SC), foi preso, ontem (20), Eurico dos Santos Mota, apontado pela “Operação Omertà” como o hacker contratado para rastrear e repassar informações sobre a rotina do capitão PM Paulo Roberto Teixeira Xavier à milícia armada alvo das investigações. Ele foi capturado por volta das 17 horas, no Bairro Boehmerwald, em Joinville (SC).
O hacker chegou a ser ouvido pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) durante as apurações de execuções em Campo Grande, meses antes de deflagração da operação. Ele contou que foi procurado por José Moreira Freires, o Zezinho, e Juanil Miranda Lima, pistoleiros da milícia, segundo a força-tarefa. A missão de Eurico seria levantar “em tempo real, por meio de atividades de informática (hackeamento), a localização (rastreamento) de Paulo Roberto Xavier, que era o alvo da organização criminosa”, foi registrado nas páginas do procedimento de investigação criminal contra o grupo de extermínio.
O filho do capitão da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, o estudante Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, foi executado em 9 de abril deste ano. O pai logo disse que o crime foi por engano e que ele era o alvo. Também no depoimento, Eurico contou que foi contrato depois de publicar um anúncio oferecendo serviços de formatação de computadores e também de detetive. Como não sabia um jeito de rastrear a vítima em tempo real, pediu em um grupo de hackers e recebeu ajuda e outro Estado.
A solução encontrada por ele foi se passar por mulher e tentar marcar um encontro com Xavier para coletar o maior número possível de informações. O capitão, no entanto, não apareceu e acabou descobrindo pelo próprio hacker a verdade sobre o contato e a tentativa de emboscada. Caso tivesse aparecido, morreria cerca de um mês antes da execução do filho.
De acordo com a polícia de Santa Catarina, após receberem informações da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Eurico foi localizado por policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da DIC (Divisão de Investigação Criminal) de Joinville e da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil. Ele tentou fugir do local onde estava escondido, mas foi pego.