Por volta das 3h40 de ontem (4), dois detentos do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a “Máxima de Campo Grande”, fugiram pulando o muro, utilizando uma “teresa”, corda formada por lençóis torcidos, entrelaçados por nós resistentes.
Eles foram identificados como Douglas Luan Souza Anastácio, de 33 anos, e Naudiney de Arruda Martins, de 32 anos, e cumpriam pena por tráfico de drogas e roubo majorado, respectivamente.
Naudiney de Arruda Martins havia sido transferido há cerca de um ano da Gameleira I. Ele estava encarcerado na Gameleira I, já que era problemático e estava em um regime mais severo, mas, acabou sendo transferido para a Máxima pouco antes da fuga.
Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou que, além deles, outros dois detentos tentaram fugir, mas foram recapturados, ficando isolados em cela disciplinar e responderão a Procedimento Administrativo Disciplinar.
As circunstâncias da fuga ainda estão sendo apuradas pela Agepen e forças de segurança já estão empenhadas para ajudar nas buscas e na recaptura dos fugitivos.
A fuga dos dois detentos expôs a fragilidade da penitenciária que deveria ser, como o nome sugere, de Segurança Máxima. Não é de hoje que a penitenciária vira notícia, seja pelo arremesso de drogas para dentro do complexo ou por ter ‘preso tiktoker’, que posta vídeos de dentro da Máxima.
“Nós avisamos que um dia isso ia acontecer”. O alerta é do presidente do Sinsap (Sindicato dos Policiais Penais de Mato Grosso do Sul), André Luiz Santiago, depois da fuga na madrugada de ontem (4), de dois detentos da penitenciária Jair Ferreira de Carvalho, o Segurança Máxima de Campo Grande. Segundo ele, a falta de efetivo contribuiu para o fato: das nove torres de monitoramento, apenas uma delas está em funcionamento, tendo servidor para vigilância constante.
Agora, mais uma vez, está entre as principais notícias devido à fuga de Naudiney de Arruda Martins, conhecido como ‘Hip Hop’, e Douglas Luan Souza Anastacio, conhecido como ‘Dodo’.
Segundo informações, apenas uma torre de segurança do presídio estaria em funcionamento e, na área da fuga dos presos, não há câmeras de segurança. Todo o complexo penitenciário que engloba a Máxima, o Presídio de Trânsito, o Centro de Triagem e o Instituto Penal tem aproximadamente 7 mil presos.
Já o número de plantonistas para cuidar da Máxima e, em consequência do Complexo todo, seria de apenas 10 policiais penais, o que muitas vezes faz com que drogas acabem entrando no local com os famosos ‘pombos’. Em novembro de 2023, um vídeo circulou nas redes sociais mostrando uma ‘chuva de drogas’.
No vídeo, os presos correm para pegar as drogas no pátio da penitenciária sem pudor nenhum e sem nenhuma fiscalização de policiais. Na época, a Agepen chegou a informar que melhorias estavam sendo feitas para que impedissem que drogas entrassem no presídio.
Em fevereiro deste ano, a Máxima voltou novamente a ser notícia quando vídeos de um detento ‘tiktoker’ viralizaram nas redes sociais. A Agepen se pronunciou na época dizendo que as imagens eram antigas.
No vídeo, o detento fala “esse é o ambiente. Realidade é só uma”, ao fazer as imagens de outros internos no pátio. Ele ainda diz “Olha o muro, é só jogar os pombos por cima”. O interno tem mais de 16 mil seguidores na conta do TikTok.
Três operações foram realizadas na Máxima e em outros presídios do Estado para a apreensão de celulares e drogas que entravam dentro das penitenciárias. Em outubro do ano passado, foi realizada a 3ª fase da Operação Mute, onde foram apreendidos mais de 150 celulares.
O objetivo da ação era coibir a comunicação externa de detentos. A ação ocorreu em todo o país e em Mato Grosso do Sul sete unidades prisionais foram vistoriadas. As vistorias foram realizadas no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, Instituto Penal de Campo Grande, Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas e os estabelecimentos penais masculinos de Corumbá, Paranaíba e Rio Brilhante.