A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) iniciou, ontem (14), a troca de semáforos ainda em operação por outros novos, dando mais um exemplo de desperdício de dinheiro público da atual administração pública de Campo Grande.
Antes da substituição sem necessidade, os equipamentos novos ficaram um tempo cobertos com sacos pretos para não confundir os motoristas de qual equipamento estaria funcionando. A única diferença dos antigos pelos atuais é que os novos são sustentados por postes mais finos ao invés das estruturas mais robustas que sustentavam os equipamentos.
Na última sexta-feira (10) o Executivo de Campo Grande foi consultado sobre a troca programada no trecho, já que os semáforos da Avenida Fernando Corrêa em diversos cruzamentos já davam sinais de que seriam substituídos.
Conforme a Agetran, esses equipamentos já estão com novo modelo de LED, deixando claro que as trocas não foram motivadas por panes ou depredações e vandalismos. “A substituição dos semáforos ocorre como parte de um processo de manutenção preventiva. Os equipamentos são antigos e já vinham sendo trocados gradualmente ao longo do tempo”, argumentou.
Em complemento, a Agetran cita seu compromisso com a “segurança viária, a fluidez e a eficiência no trânsito”, reforçando que a atual etapa abrangerá a troca de todos os semáforos localizados na Avenida Fernando Corrêa.
No que diz respeito à gestão desses equipamentos, a responsabilidade sobre os semáforos de Campo Grande passou das mãos do “Consórcio CAM” para o “CAM II”, uma segunda versão da sociedade consorciada.
O consórcio Cam comanda os serviços dos semáforos desde 2018 em Campo Grande, já tento anotado renovações consecutivas em um contrato que chegou a render R$ 51,8 milhões por ano.
Acontece que, tanto a primeira versão quanto o Consórcio CAM II são formados pelas mesmas empresas: Arc Comércio, Construção e Administração de Serviços e Meng Engenharia Comércio e Indústria, sendo que a fundação do segundo data de 20 de setembro do ano passado.
Por esse motivo, a licitação vencida em 11 de setembro de 2024 pelo valor total de R$ 23.200.359,81, cerca de R$1,2 milhão mais barata que o previsto, foi assinada à época pelos representantes da ARC após uma longa novela de “abre e fecha” do certame.
A licitação milionária em questão foi retomada apenas em 06 de setembro, após uma série de suspensões que começaram em menos de um mês após a troca no comando da Agetran, quando Janine Bruno (que chefiou a pasta por sete anos) foi trocado pelo ex-dono de autoescola, Paulo Silva, quando os valores do certame giravam em torno de R$24 milhões.
Suspensa para “análise de pedido de impugnação”, a licitação milionária foi retomada em menos de quarenta e oito horas nessa ocasião, em 16 de maio; para nova suspensão no dia 23 daquele mês em obediência ao Despacho DSP G.MCM 14968/2024″, do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.
A outra retomada anunciada em 27 de agosto, sendo que, nesse meio tempo houve o período de análises do catálogo e amostras até a continuidade publicada na semana passada, em 05 de setembro e termo de homologação assinado pela atual prefeita, Adriane Lopes, datado de 09 de setembro.