O 2º Fórum Permanente de Segurança na Fronteira, realizado ontem (22) em Campo Grande (MS), cumpriu o seu papel de chover no molhado e falou mais do mesmo sem trazer solução para o problema. Um dos pontos mais bizarros do evento foi a declaração do cônsul-geral do Paraguai em Campo Grande, Ricardo Caballero Aquino, de que o seu país também sofre com o contrabando e o tráfico de drogas.
Parece que os organizadores do Fórum esqueceram de avisar ao ilustre convidado que o evento estava sendo realizado justamente para debater essa questão, afinal, em que lugar do planeta alguma comunidade pode se beneficiar das ações de criminosos.
Alheio ao objetivo da reunião, o cônsul-geral do Paraguai em Campo Grande pediu a união de forças no combate à criminalidade. Aquino defendeu que os cidadãos paraguaios sabem dos problemas que o país gera ao Brasil por conta do tráfico de drogas e do contrabando, mas destacou que o Paraguaio também é vítima dos crimes.
Ele não parou por aí e, como exemplo, lembrou os investimentos na produção de tomate e o prejuízo com a concorrência desleal com a venda do produto contrabandeado da Argentina. No discurso, o cônsul ainda reforçou que nas prateleiras dos supermercados de Campo Grande só encontrou um produto paraguaio, enquanto os estabelecimentos da fronteira estão repletos de mercadorias produzidas no Brasil.
Já o superintendente da Polícia Federal, Cleo Mazzotti, destacou que a ação conjunta com a polícia paraguaia na destruição de plantações de maconha na região de fronteira tem reflexo direto na redução de apreensão da droga no Estado. “Isso tem dificultado a entrada de maconha no território nacional e impacta diretamente no volume de apreensões”, afirmou.
Segundo estatísticas da PF, até 31 de julho de 2019, a maconha recolhida totalizou 37,9 toneladas. No ano passado, no mesmo período, foram 50,2 toneladas. Já a apreensão de cocaína aumentou: cinco toneladas até julho deste ano, contra 2,7 toneladas em igual período de 2018.
Mato Grosso do Sul tem 1.517 quilômetros de fronteira, sendo 1.131 quilômetros com o Paraguai e 386 quilômetros com a Bolívia. E, pelo resultado da reunião, essas duas fronteiras devem continuar com problemas de falta de segurança por muitos e muitos anos.
Vai vendo!!