Os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul solicitaram, ontem (15), a convocação da diretoria da CCR MSVia para esclarecimentos em relação à duplicação da BR-163 no Estado. Os parlamentares fizeram o pedido após a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) conceder reajuste de 16,82% no valor do pedágio.
“A tarifa aumenta a partir de sexta-feira que vem. Isso nos deixa estarrecidos. Esses dias fomos surpreendidos de que o TCU [Tribunal de Contas da União] entendeu que a CCR continue com a concessão da 163”, reclamou a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB).
A parlamentar pediu uma nota de repúdio contra a concessionária por não realizar a maior parte da duplicação prevista em contrato, mas o presidente da Casa, deputado estadual Gerson Claro (PP), sugeriu transformar a nota de repúdio em requerimento e convocar a CCR para esclarecimentos.
“Apenas 150 quilômetros foram duplicados e o compromisso é que 100% fosse duplicado. Além de não termos uma garantia de que terão investimento imediato, vem essa notícia de que vai aumentar 16%. Quatro vezes a mais que a inflação. Essa Casa precisa tomar providências. Não podemos mais permitir esse abuso”, disse a parlamentar.
“A multa de R$ 600 milhões foi retirada para que fossem feitas melhorias imediatas. Vamos fazer um requerimento para informar a Casa para saber se tem mesmo a retirada dessa multa e quando terão essas melhorias imediatas.”, disse Gerson Claro.
O deputado estadual Junior Mochi (MDB) defendeu a convocação. “Queremos as obras, precisamos da duplicação. Aí chegam com esse aumento… temos que tomar providência. A CCR nunca deu nenhuma satisfação, parece que estamos falando para o vento”, concluiu.
Já o deputado estadual Pedrossian Neto (PSD) apoiou os colegas e acrescentou que “em oito anos de contrato, a empresa não realizou os investimentos, obteve a suspensão de multas e sanções, a retirada da garantia e a permissão para permanecer com a concessão”.
O deputado estadual Roberto Hashioka (União Brasil) fez um apelo à bancada federal. “Essa questão é de responsabilidade da ANTT. Portanto, os deputados federais e senadores que devem fazer a interlocução. É inadmissível esse aumento, que tem como único prejudicado o usuário da rodovia”, disse.