Gastar dinheiro é bom, gastar o dinheiro dos outros é melhor ainda. Essa é a máxima que a bancada federal sul-mato-grossense usou como mantra nos últimos 10 meses no Congresso Nacional ao atingir a milionária cifra de R$ 15 milhões no período, o que dá em média R$ 1,5 milhão por mês, entre janeiro e novembro deste ano, com despesas para manter a estrutura política e pagar assessores.
Segundo reportagem publicada na edição desta segunda-feira (30) pelo jornal Correio do Estado, cada um dos nossos deputados federais e senadores gastou, em média, R$ 138,8 mil da verba pública por mês. As despesas dos nossos parlamentares esbanjadores foram com combustíveis, passagens aéreas, manutenção do escritório em Mato Grosso do Sul, divulgação e consultorias chegaram a R$ 3,320 milhões.
Esses itens são da cota parlamentar e quem mais gastou foi o senador Nelson Trad Filho (PSD), com R$ 430,196 mil, e o menor gasto foi do deputado federal Luiz Ovando (PSL), com R$ 139,923 mil, de acordo com levantamento divulgado pelo site políticos.org. Entre os deputados, o valor usado para pagamento de assessores foi de R$ 8,951 milhões, subindo para R$ 11,385 milhões os gastos para manter a estrutura e pessoal, o que representa R$ 1,138 milhão por mês em custos.
O deputado federal que mais usou os recursos públicos foi Vander Loubet (PT), que gastou R$ 1,693 milhão em 10 meses, sendo R$ 429,8 mil com despesas diversas e R$ 1,263 milhão com pagamento de pessoal. Por mês, foram em média R$ 169,3 mil. Loubet disse que o gasto elevado ocorreu porque, “se consultar, fui o que mais passei no Estado entregando obras. Percorria 1,4 mil km nos fins de semana. Eram recursos e obras que sairiam no ano passado, mas só saíram agora. Desafio um deputado a provar que andou mais do eu. Eu levei mais investimento para o Estado, os novos [deputados e senadores] não têm o que entregar ainda”, emendando que “usei o material dentro da cota estabelecida por lei”.
Em segundo lugar, aparece o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), com uso do dinheiro público que chega a R$ 1,636 milhão em dez meses. Em terceiro, está o deputado federal Beto Pereira (PSDB), com R$ 1,552 milhão. Em quarto, Fábio Trad (PSD) com R$ 1,522 milhão, seguido por Loester Trutis (PSL), o “Tio Trutis”, com R$ 1,5 milhão, entre fevereiro e novembro deste ano. “Se foi utilizado porque é necessário, se foi disponibilizado porque é legal”, disse o deputado federal Beto Pereira.
Os que menos gastaram foram o deputado federal Luiz Ovando (PSL), com R$ 1,072 milhão, a deputada federal Rose Modesto (PSDB), com R$ 1,175 milhão, e Bia Cavassa (PSDB), com R$ 1,230 milhão nos dez meses de mandato. Enquanto a Câmara dos Deputados mostra os valores por despesa e com pessoal de forma resumida e aglutinada por tipo de gasto, o Senado Federal só disponibiliza desta forma os custos para manutenção do trabalho legislativo, sem apontar quanto cada um pagou aos servidores, além de dificultar o acesso à consulta dos salários com o uso de código de acesso pouco legível.
Na transparência do Senado, é mostrado que Nelson Trad Filho (PSD) é o senador do Estado com maior gasto. O parlamentar usou em dez meses R$ 430,1 mil da cota parlamentar para comprar materiais de escritório e pagar diversas despesas, entre elas gastos com correspondência. Soraya Thronicke (PSL) gastou R$ 271,6 mil com aluguel de imóvel para escritório político, material de consumo, contratação de serviço de apoio parlamentar, passagens aéreas, entre outras. A senadora Simone Tebet (MDB) foi a que menos gastou. Ela usou R$ 185,1 mil para compra de materiais e outros gastos permitidos para que realize a atividade parlamentar.