O Blog do Nélio recebeu uma denúncia de que a Escola Municipal Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo, localizada na rodovia MS-040, na região do Distrito de Três Barras, a 35 quilômetros da zona urbana de Campo Grande, virou um verdadeiro cabide de emprego para apadrinhados de pessoas próximas ao prefeito Marquito Trad.
Esse estabelecimento de ensino é o mesmo onde os professores sofrem com a decisão de Marquito Trad, que determinou, de forma abrupta, sem diálogo e sem a análise do impacto que isso geraria na vida das famílias dos docentes que trabalham nas escolas agrícolas do município, a redução de 50% para 25% do percentual da gratificação aos profissionais que desempenham suas atividades em locais de difícil acesso.
Ao invés de determinar tal corte, de acordo com a denúncia entregue ao Blog do Nélio, fica claro que o prefeito poderia rever algumas situações de gastos desnecessários que ocorrem na escola e que, de fato, deveriam ser eliminados, evitando prejudicar tão drasticamente vários professores e suas famílias que recebem essa gratificação desde que as escolas rurais existem.
Para piorar a situação, esses professores foram avisados do corte poucos dias antes de sua efetivação, ficando impossibilitados de reorganizarem sua situação financeira, sendo que a maioria tem seu salário comprometido com prestações mensais e não sobram os 25% retirados abruptamente.
Fala-se que os secretários foram orientados a reduzirem custos das suas respectivas secretarias, no caso da Semed (Secretaria Municipal de Edcação), optaram por cortar a gratificação dos professores da zona rural ao invés de cortarem as regalias e os “apadrinhamentos” existentes nas escolas e nas secretarias.
Na Escola Municipal Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo, existem vagas apenas para dois coordenadores, devido à quantidade de alunos matriculados (média de 400 alunos), porém, a atual gestão optou por fazer a lotação de mais três apoios pedagógicos que atuam na função de coordenadores, aumentando a folha em torno de R$ 27 mil, conforme demonstram os holerites que ilustram a matéria.
Além disso, existem professores lotados em “práticas do campo”, porém, esse componente curricular não existe na Proposta Político Pedagógica da Escola. Um dos professores lotado em “práticas de campo” é o veterinário Oberdan Tenório, filho da atual superintendente de gestão da Semed, Alelis Izabel de Oliveira Gomes, e que recebe em média R$ 4,9 mil, sendo considerado professor leigo já que não possui licenciatura.
Outro professor na mesma situação é Adalberto Lino, cunhado do ex-diretor da Escola Agrícola, Moacir Borges, que é graduado no curso normal superior, podendo ministrar aulas apenas do 1º ao 5º ano, no entanto, está lotado do 6º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, somente cuidando de uma pequena horta orgânica da escola e recebendo um salário em torno de R$ 8,6 mil.
E por último há o caso do professor Erick Prado Vieira, que é zootecnista e está sendo considerado professor leigo, já que não possui licenciatura, e também está lotado em “práticas de campo”, recebendo em torno de R$ 4,9 mil. Fica a pergunta: em um momento crítico de crise financeira, onde há ordens para contenção de gastos, qual o motivo da Secretaria Municipal de Educação permitir tal descalabro, mantendo professores em funções em que deveriam estar profissionais técnicos que realizariam o mesmo trabalho a um custo muito menor? Em tempo, o salário de um técnico em agropecuária gira em torno de R$ 1,2 mil a R$ 1,5 mil.
Há ainda na Escola Municipal Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo o desrespeito ao objeto de concurso, já que, por exemplo, o professor de Matemática concursado, Aldeir Dutra, foi desviado para aulas de Educação Ambiental, sendo contratado um professor de Matemática para ministrar suas aulas. Esse não é o único caso na escola.
Também há outros apadrinhados, como Luiz Taira, que é professor aposentado e ex-diretor adjunto da escola e, por isso, recebe aposentadoria por 20 horas e mais 40 horas como apoio pedagógico. Tem ainda Roseani dos Santos Victorio Rodrigues, que é sobrinha do senador Pedro Chaves. Sem falar em Gilson Kamiya, que é profissional de Educação Física cedido pela Funesp e remanejado de outra escola por ser apadrinhado do subprefeito do Distrito de Anhanduí, Ernesto Francisco dos Santos.
Apenas através dos exemplos comprovados por meio dos holerites, observa-se um gasto de quase R$ 46 mil por mês e pelos valores levantados pelos professores da zona rural, a redução da folha com o corte de gratificação, foi em média de R$ 200 mil, ou seja, se verificar esses excessos de contratações em outras escolas também, realizadas pela atual gestão, provavelmente será possível encontrar valores próximos aos R$ 200 mil retirados bruscamente de professores que precisam deste adicional para pagar seus compromissos.
Esses professores que estão no campo passam por situações de risco de vida, enfrentando rodovias, passam o dia na escola, sem condições de vir almoçar, devido a distância, sendo necessário levar marmita, horário de almoço reduzido (11h40 às 12h45). Para reverter isso, os próprios docentes elaboraram uma planilha para ser apresentada ao prefeito, já que seus secretários não têm esse conhecimento, porém, até o momento Marquito Trad adiou a reunião duas vezes com a categoria.
ABAIXO SEGUEM AS ILUSTRAÇÕES E SUAS RESPECTIVAS LEGENDAS:
Legenda: Luiz Taira é professor aposentado e ex-diretor adjunto da escola e, por isso, recebe aposentadoria por 20 horas e mais 40 horas como apoio pedagógico
Legenda: Roseani dos Santos Victorio Rodrigues é sobrinha do senador Pedro Chaves
Legenda: Gilson Kamiya é profissional de Educação Física cedido pela Funesp e remanejado de outra escola por ser apadrinhado do subprefeito do Distrito de Anhanduí, Ernesto Francisco dos Santos
Legenda: O veterinário Oberdan Tenório é filho da atual superintendente de gestão da Semed, Alelis Izabel de Oliveira Gomes
Legenda: Adalberto Gonçalves Lino é cunhado do ex-diretor da Escola Agrícola, Moacir Borges
Legenda: Erick Prado Vieira é zootecnista, sendo considerado professor leigo, já que não possui licenciatura
Legenda: Planilha elaborada para ser apresentada ao prefeito já que seus secretários não têm este conhecimento, porém, até o momento o prefeito adiou a reunião duas vezes com a categoria