A Agepen/MS (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul) iniciou a implantação de uma série de medidas para conter o acesso da massa carcerária a drogas e celulares.
Uma das novidades é a instalação de telas sobre os pavilhões e solários para combater que as drogas e celulares entregues por meio de drones cheguem às mãos dos internos.
As obras já estão em andamento no Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho”, mais conhecido como “Máxima de Campo Grande”. Atualmente, os trabalhos concentram-se na construção do muro de contenção, que servirá como base para a instalação das telas.
Essa fase, apesar de crucial, é também a mais demorada, devido a uma série de desafios enfrentados durante a construção do alicerce do muro de 8 metros de altura em concreto usinado.
No momento, os trabalhos concentram-se na construção do muro de contenção. A previsão é que até julho o pavilhão 1, o mais próximo da rua, esteja completamente coberto, proporcionando uma camada adicional de segurança.
A estratégia visa impedir que os detentos consigam escalar ou cortar as telas, que serão fechadas e robustas o suficiente para evitar qualquer tipo de brecha por onde ilícitos possam passar. Após isso, será feito o telamento do pavilhão 2. Ao todo, quatro muros de contenção serão construídos.
A medida também integra as ações da Operação Mute, promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) em todo o país, com objetivo de combater a comunicação ilícita do crime organizado e reduzir os índices de violência em âmbito nacional.
O telamento é uma das providências mais eficazes contra o ingresso de itens proibidos, já que o longo alcance dos drones torna difícil a interceptação. Com o trabalho da Polícia Penal nas muralhas e a intensificação da vigilância, as tentativas manuais de lançamento de ilícitos praticamente desapareceram, cedendo espaço para o uso de drones.
Além dessa cobertura, a Agepen está buscando outras tecnologias para reforçar a segurança nas unidades prisionais. Entre elas, estão câmeras com sensor de movimento, que ajudarão a detectar e prevenir fugas.
No entanto, o desafio vai além das barreiras físicas. A utilização de bloqueadores de sinal, por exemplo, apontada como solução para impedir a comunicação ilícita nos presídios, mostrou-se ineficaz. São vários pontos dentro do presídio onde o sinal não é bloqueado, os chamados pontos de sombras; o sistema também causa interferências na vizinhança, além de se tornar rapidamente obsoleto, apesar do alto custo previsto.
Combate à corrupção
No contexto de combate à corrupção, nos últimos dois anos, nove servidores penitenciários foram presos como resultado do trabalho incansável da instituição, por meio de sua Corregedoria, Gerência de Inteligência, e a vigilância dos próprios policiais penais que atuam nas unidades, somado ao trabalho conjunto de outros órgãos de segurança.
Segundo a Agepen, essas medidas representam um passo significativo no fortalecimento da segurança pública e na proteção das comunidades contra crimes associados ao sistema prisional.