O PCC (Primeiro Comando da Capital) pode ter montado uma célula da “sintonia dos gravatas” em Portugal.
A Polícia Judiciária de Portugal investiga o possível envolvimento de advogados radicados no país com narcotraficantes brasileiros e estrangeiros ligados ao PCC e presos na Europa.
As suspeitas tiveram início em dezembro de 2022 depois que criminalistas de um escritório de advocacia de Portugal passaram a defender e visitar o ex-major PM Sérgio Roberto de Carvalho, mais conhecido como “Major Carvalho” ou como “Pablo Escobar Brasileiro, em uma prisão na Hungria.
Ele está preso em Budapeste, capital húngara, desde 21 de junho do ano passado. O ex-major é apontado pela Interpol (Polícia Internacional) como líder de uma das maiores redes de tráfico de drogas do mundo.
Segundo a Polícia Federal do Brasil, o “Escobar brasileiro” foi o responsável pelo envio de ao menos 49 toneladas de cocaína para a Europa, via portos brasileiros —especialmente os de Santos (SP), Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e Natal (RN), movimentando R$ 2,25 bilhões em três anos.
As autoridades portuguesas apuraram que o Major Carvalho recebeu no presídio a visita de um dos advogados do escritório. A imprensa de Portugal noticiou que um dos defensores está na mira da Polícia Judiciária e responde por 13 crimes, entre eles coação e favorecimento pessoal.
O Ministério Público de Portugal acusa três advogados do escritório de trabalhar durante um ano e meio para a rede de narcotraficantes para evitar que clientes presos por tráfico de drogas e roubo de carros denunciassem os “chefões” da quadrilha.
Ainda segundo o MP português, a missão do grupo de advogados que visitou o Major Carvalho era: “(…) garantir o silêncio dos clientes presos, para que não denunciassem os patrões, e ter acesso a informações em segredo de justiça para ajudar os chefes a se livrar de provas de crimes.”
“Sintonia dos gravatas”
No Brasil, advogados acusados por essa e outras práticas, como transmitir recados para criminosos nas ruas e nas prisões são chamados de “pombos-correios”.
Alguns foram condenados e apontados como integrantes da “sintonia dos gravatas” do PCC, o braço jurídico da facção.
Há rumores de que o mesmo escritório de advocacia também defenderia o narcotraficante brasileiro Ivan Cardoso Slavov.
As informações são de que Slavov integraria o PCC, estaria recolhido na prisão de segurança máxima de Monsanto e seria ligado ao Major Carvalho.
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