Crime hediondo, latrocínio faz 10 vítimas só neste ano no Estado, o dobro no mesmo período de 2023

O crime hediondo de roubo seguido de morte, o latrocínio já fez 10 vítimas em Mato Grosso do Sul só neste ano. O número é o dobro de casos se comparado com o mesmo período do ano passado e, quando comparado desde o início dessa década, perde apenas para 2020, quando de janeiro a julho foram registrados 11 casos.

O crime de roubo consta no artigo 157 do Código Penal e consiste em subtrair coisa móvel alheia para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência, sendo que a pena é de 4 a 10 anos de reclusão e multa.

A pena aumenta em 1 ⁄ 3 se for cometido por mais de uma pessoa, se a vítima for ameaçada com faca, se a manter presa, entre outras situações. E ainda aumenta em 2 ⁄ 3 se a ameaça for feita com arma de fogo, entre outras situações.

Já se na violência durante o roubo houver lesão corporal grave, a pena é de 7 a 18 anos de prisão e multa, e no caso do latrocínio, quando há morte a pena é de 20 a 30 anos de prisão e multa.

No dia 28 de junho, foram registrados os dois casos mais recentes de latrocínio, um em Chapadão do Sul e o outro em Sidrolândia. Uma mulher, 22 anos, e um homem, 33 anos, foram indiciados por latrocínio e ocultação do cadáver de Sidnei Batista, de 50 anos, em Chapadão do Sul.

Os dois acabaram presos no dia 1º de julho por equipes do Garras (Grupo Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), que ficou sabendo de um possível sequestro, após o sobrinho da vítima ter relatado que a casa do tio teria sido invadida por dois indivíduos encapuzados, que o forçaram a entrar na caminhonete dele, uma Chevrolet S10, e em seguida fugiram.

Durante as diligências, a caminhonete da vítima teria sido localizada por uma equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar, em frente a uma residência no bairro Universitário, em Campo Grande. Durante as investigações, a polícia acabou encontrando o casal em um hotel no bairro Universitário.

A calça e camisa do homem ainda estavam com diversas manchas de sangue da vítima. Ele e a esposa confessaram o crime, indicando onde teriam ocultado o corpo, em uma plantação de algodão em Chapadão do Sul, sentido Goiás.

No mesmo dia, a família suspeitou do desaparecimento do idoso Airton Rocha Gonçalves, de 61 anos, no assentamento Eldorado, em Sidrolândia. Dois homens, de 27 e 37 anos, foram presos em flagrante por latrocínio e ocultação de cadáver, confessaram que a intenção era o roubo da motocicleta da vítima.

O idoso, morto com 8 facadas no pescoço e tórax, foi enterrado no quintal da casa de um dos autores.

No dia 11 de junho, o taxista Devanir da Silva Santos, de 52 anos, desapareceu com seu carro Corolla em Ribas do Rio Pardo. Os amigos divulgaram seu sumiço em redes sociais. Logo depois, foi descoberto pela polícia que o taxista havia sido assassinado.

Três criminosos foram presos. Eles mataram a vítima para roubar dinheiro de sua conta bancária. Logo após o crime, o trio foi para a Capital e abandonou o carro da vítima na Vila Santa Dorotheia. Um morador viu os criminosos fugindo a pé até um supermercado nas proximidades e estranhou o fato deles estarem agasalhados num dia muito quente.

Depois da prisão, os autores indicaram o local onde estava o corpo do taxista. Foi feita varredura na área de mata próximo ao local provável do crime. Assim, foi localizado o corpo da vítima, assassinada a tiros.

A perícia ainda constatou que os criminosos usaram ‘enforca-gato’ – plásticos de retenção – para prender as mãos do taxista. Uma faca também foi encontrada dentro do carro da vítima e apreendida para ser periciada.