O secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, afirmou que o caso do investigador preso recebendo dinheiro da venda de celulares contrabandeados não é o primeiro no Estado e que mais servidores são investigados pelas corregedorias das polícias Civil e Militar.
A declaração foi dada durante evento de encerramento da campanha Caixa Encantada do Governo do Estado.
Augusto Torres Galvão Florindo foi capturado em flagrante pela Polícia Federal na última sexta-feira (28), recebendo R$ 130 mil do ex-guarda municipal Marcelo Raimundo da Silva, no estacionamento de um supermercado na Avenida dos Cafezais, em Campo Grande.
Policial preso diz que não está sozinho em esquema de desvio de contrabando Policial confessa que desviava e vendia contrabando apreendido Na manhã desta segunda-feira (1°), o titular da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) destacou que tanto a Polícia Civil quanto a Militar, através das corregedorias, já investigam a conduta de vários servidores acusados de crimes.
“Principalmente os transfronteiriços envolvendo descaminho e contrabando. Então nós já temos procedimentos instaurados há algum tempo, inclusive, alguns policiais já foram exonerados por conta desses crimes e estamos atuando para coibir essa prática”, detalhou Videira.
Segundo ele, o crime organizado atua primeiro cooptando os servidores e, quando não consegue, busca desacreditar a corporação. “Aquele policial que acaba enfrentando o crime organizado, principalmente nos crimes de contrabando, descaminho, tráfico de armas e drogas, ele sofre muito assédio. E aí a importância das corregedorias estarem sempre atuando de forma muito firme. Auditando, fiscalizando, punindo e, naqueles casos mais graves, exonerando o servidor”, pontuou o secretário.
Sobre o envolvimento de outros policiais no esquema de Augusto, que confessou desviar e vender cargas de celulares e cigarros eletrônicos apreendidas, com a ajuda de outros servidores, Videira afirmou que já há investigações desde antes da prisão do investigador lotado na Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros).
“A Corregedoria-Geral da Polícia Civil já tem procedimento instaurado antes mesmo da prisão em flagrante. Já estamos investigando também a participação eventualmente de outras pessoas”, finalizou Videira. Prisão preventiva – Augusto passou por audiência de custódia, junto com Marcelo no final da tarde de sábado. Na ocasião, a juíza plantonista decidiu por converter o flagrante em prisão preventiva dos dois homens.
Em depoimento, o policial civil confessou atuar na venda de cargas apreendidas pela corporação. “Os elementos colhidos indicam atuação coordenada, própria de organização criminosa: apreensão de expressiva quantidade de dinheiro e contribuição de terceiros para o transporte e comercialização de mercadorias contrabandeadas, bem como para a movimentação e distribuição dos valores provenientes da atividade ilícita. Conforme bem assentado pelo Ministério Público Federal, há evidentes indícios de que os flagranteados são agentes a serviço de organização criminosa”, diz a juíza na decisão.
Resumo da Notícia
Caso de Corrupção em Mato Grosso do Sul:
- Autoridades Envolvidas: Antônio Carlos Videira, secretário de Justiça e Segurança Pública, revelou que o caso do investigador Augusto Torres Galvão Florindo, preso por receber dinheiro da venda de celulares contrabandeados, não é isolado. Mais servidores estão sob investigação.
- Detalhes da Prisão: Augusto foi pego em flagrante pela Polícia Federal no dia 28 de novembro, recebendo R$ 130 mil de Marcelo Raimundo da Silva em um estacionamento em Campo Grande.
- Investigação e Ações: Videira afirmou que as corregedorias das polícias Civil e Militar já investigam a conduta de vários servidores, especialmente em casos de contrabando e descaminho. Alguns policiais já foram exonerados por crimes semelhantes.
- Desafios Enfrentados: O secretário destacou o assédio que policiais enfrentam ao lidarem com o crime organizado, que tenta cooptar servidores ou desacreditar a corporação.
- Desdobramentos: Augusto confessou sua participação em um esquema de desvio e venda de cargas apreendidas. A Corregedoria-Geral da Polícia Civil já estava investigando antes da prisão, e há indícios de uma organização criminosa envolvida.
- Prisão Preventiva: Após audiência de custódia, tanto Augusto quanto Marcelo foram convertidos em prisão preventiva. A juíza apontou evidências de atuação coordenada típica de organização criminosa.
