Levantamento feito pelo Correio do Estado revelou que, mesmo com a implementação dos corredores de ônibus prestes a completar quatro anos, muitos campo-grandenses seguem se confundindo no momento de fazer a conversão, gerando acidentes graves e até fatais.
Desde 2022, já foram, pelo menos, 23 colisões nos dois únicos corredores instalados na Capital, sendo que apenas neste ano ocorreram 10 acidentes, quatro no ano passado, cinco em 2023 e quatro em 2022.
Apenas dois corredores estão funcionando, na Rua Rui Barbosa, responsável por 43,48% dos acidentes, e na Rua Brilhante, responsável pelo restante dos sinistros. Conforme a BPMTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), nas duas avenidas ocorreram 981 acidentes desde a inauguração dos corredores, sendo 440 na Rua Brilhante e 541 na Rua Rui Barbosa.
Os acidentes na Rua Rui Barbosa foram aumentando ano a ano, indo de 80 colisões, em 2022, para 202, em 2024, enquanto neste ano já acumula 107 acidentes. Em comparação à situação da Rua Rui Barbosa, na Rua Brilhante os dados são mais irregulares: 123 acidentes em 2022, 90 em 2023, 141 em 2024 e 86 neste ano.
Na grande maioria dos casos, os acidentes são oriundos de um mesmo erro cometido pelos motoristas: conversão feita de maneira indevida. Conforme informou a Prefeitura de Campo Grande, em nenhum momento é permitido fazer a conversão pela faixa central da pista, atravessando o corredor, o que caracteriza infração e apresenta riscos aos condutores da via.
Ivanise Rotta, secretária do Gabinete de Gestão Integrada de Vida no Trânsito (GGIT), afirma que a responsabilidade pelos erros ao transitar nos corredores de ônibus é dos condutores, visto que é preciso se informar e conhecer as regras a partir do momento que se está habilitado.
“Antes de circular, é preciso se informar sobre as regras de uma intervenção de engenharia que seja diferente daquela que está acostumado, e a engenharia deve deixar bem clara as ‘novas’ regras previstas na legislação sobre aquela intervenção viária. A fiscalização entra para reforçar o correto. Em caso de dúvidas, não faça a manobra”, explica a especialista em trânsito.
De acordo com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), ônibus e demais veículos que circulam pelo corredor têm sempre preferência e conversões feitas diretamente da faixa central são proibidas. Caso seja feita a conversão, é configurada como infração gravíssima, sob pena de multa de R$ 293,47 e sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação), conforme o CTB (Código de Trânsito Brasileiro).