A periculosidade dos empresários Jamil Name, 80 anos, e do seu filho, Jamil Name Filho, 42 anos, controladores do “jogo do bicho” no Estado e presos desde o dia 27 de setembro por chefiarem um grupo de extermínio, deve fazer com que ambos sejam transferidos, ainda nesta terça-feira (15), para o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
A autorização saiu no final da tarde dessa segunda-feira.
No último sábado (12), pai e filho foram transferidos do Centro de Triagem do Complexo Penitenciário para o Presídio Federal de Campo Grande, mas, com a inclusão de “emergencial” e “temporária” no pedido, eles devem ser levados para Mossoró. Na mesma situação estão os policiais civis Vladenilson Daniel Olmedo e Márcio Cavalcanti da Silva, inseridos no núcleo de gerentes da quadrilha.
No pedido de transferência do Centro de Triagem para o sistema penitenciário federal, destinado aos presos mais perigosos do País, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) detalha que eles se enquadram no perfil: posição de líderes de organização criminosa e o fato de que, “mesmo reclusos no sistema estadual, continuam com o mesmo agir de intimidação e violência contra terceiros, é inegável que todos eles possuem perfil de enquadramento no sistema penitenciário federal”.
A primeira manifestação pela transferência partiu do delegado João Paulo Sartori, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros). A representação cita que além da gravidade dos fatos apurados, grupo de extermínio e milícia armada, a organização criminosa planejava atendado contra o delegado titular do Garras, Fábio Peró.
Relatório do DIP (Departamento de Inteligência Policial) aponta que os quatro estavam presos na mesma cela e o documento também compara a situação de Peró a do procurador federal Delton Dallagnol e do então juiz federal Sergio Moro, com a diferença de a operação Lava Jato não ser “dotada de milicianos extremamente armados”.
O Gaeco endossou o pedido e pontuou que somente o sistema penitenciário federal possui condições estruturais para impedir comunicações não ortodoxas e ilegais entre cliente e advogados. Já a promotora Paula Volpe, da 22ª Promotoria de Justiça, pediu que os presos fiquem no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde não têm contato com outros internos. De dentro de uma cela do RDD, só se sai para atendimento médico, audiência com juiz ou advogado e visita no parlatório. Ficam suspensas as visitas sociais e os banhos de sol coletivos.
No último dia 9, o juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, em substituição legal na 1ª Vara de Execução Penal, deferiu o pedido “buscando evitar situação de mais violência em MS”. O Depen (Departamento Penitenciário Federal) indicou a penitenciária de Mossoró como a mais adequada para a custódia. Primeiro do grupo a ser preso, o então guarda municipal Marcelo Rios, também foi transferido para a penitenciária federal da Capital e deve ser transferido para Mossoró.