O conflito agrário no município de Iguatemi (MS) ontem (16) terminou com as mortes de um indígena e um funcionário de propriedade rural da região, conforme a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).
As forças policiais do Estado prestaram apoio às equipes federais e, em nota, confirmaram a morte do indígena Vicente Fernandes e a de um funcionário de uma propriedade rural da região, ainda não identificado.
“Outras duas pessoas estão hospitalizadas. Um indígena suspeito de ser o autor do crime, que também foi ferido, já foi detido e encaminhado pela PM (Polícia Militar) à Polícia Federal. Por decisão judicial, a PM não fazia a segurança ostensiva na área”, informou a Sejusp.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública também se manifestou. De acordo com a pasta federal, apenas três vítimas foram identificadas, sendo duas feridas e uma morta. “As providências de socorro foram adotadas e a Força Nacional reforçou o patrulhamento na região, em apoio às ações da PF (Polícia Federal) e da Funai”, declarou em nota.
Aty Guasu, principal organização política dos povos Guarani e Kaiowá, afirmou pelas redes sociais que o assassinato ocorreu durante a retomada da comunidade Pyelito Kuê, na área da Fazenda Cachoeira. A entidade disse que a retomada sofre ataques desde a semana passada e que a situação é considerada desesperadora pelos indígenas.
Vídeo divulgado pela Aty Guasu mostra uma mulher indígena tentando se abrigar enquanto sons de tiros são ouvidos ao fundo. No registro, ela afirma que o grupo pede socorro desde às 4h de domingo.
A região é marcada por disputas fundiárias antigas. Em junho, a Funai atualizou a composição do Grupo de Trabalho responsável por estudos complementares de identificação e delimitação dos territórios Iguatemipeguá II e III, que abrangem quatro municípios da região sul.

