Alberto Rondon ficou preso em regime fechado por cerca de cinco meses e foi beneficiado com o uso de tornozeleira eletrônica no ano passado também devido ao indulto da Covid-19. Ele voltou para a cela em fevereiro, quando decisão anterior havia negado a prisão domiciliar. Pouco mais de um mês depois, nova determinação revoga o que havia sido decidido e o ex-médico será novamente monitorado por tornozeleira.
Demora
A Justiça de Mato Grosso do Sul demorou 22 anos para condenar, em agosto de 2019, o médico cassado Alberto Jorge Rondon de Oliveira, 63 anos, a 46 anos de prisão por sucessivas lesões corporais decorrentes de cirurgias estéticas mal sucedidas realizadas em cinco mulheres na década de 1990. A primeira condenação data de maio de 2011, em que ele foi sentenciado a 42 anos de prisão por lesão corporal dolosa qualificada por deformidade permanente em 11 mulheres.
Com isso, Rondon soma 88 anos de reclusão decorrente das cirurgias plásticas, sendo que ele também já foi condenado em ações civis públicas, com indenizações que estão sendo pagas pelo CRM (Conselho Regional de Medicina) a mais de 120 mulheres que tiveram sequelas físicas e psicológicas decorrente dos procedimentos.
Essa última condenação é fruto de denúncia recebida pela Justiça em julho de 2008 por parte do MPE (Ministério Público Estadual), que acusou o médico de lesão corporal dolosa (cinco vezes), estelionato (seis vezes) e corrupção passiva. Esse caso refere-se a cinco pacientes que passaram por cirurgias estéticas em agosto, outubro e dezembro de 1997 e abril e agosto de 1998.