Comunidades ribeirinhas do Pantanal recorrem a Instituto para afastar onças que usam até refletores

Os moradores de cinco comunidades ribeirinhas localizadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul recorreram ao IHP (Instituto Homem Pantaneiro) para afastar as onças-pintadas depois que um caseiro foi devorado por um felino na região de Aquidauana (MS).

Para a ONG (Organização Não Governamental), o comportamento de onças de se aproximarem dos humanos é sinal de alteração nos hábitos dos animais e pode representar um risco.

O IHP está identificando as causas desse comportamento, trabalhando em medidas para prevenir eventuais ataques e educando para a convivência com as onças.

Elas estão rondando a Barra do São Lourenço, onde paira a preocupação são a Castelo, a do Paraguai Mirim, a do Aterro do Binega e a da Serra do Amolar, onde vivem indígenas guatós.

Bióloga e coordenadora técnica de projetos do instituto, Grasiela Porfírio explica que a equipe instalou câmeras para monitorar os animais e seu comportamento. Um mês de arquivos em vídeos será o suficiente para uma primeira análise. “A gente quer entender se é uma onça, se é mais uma e que horas animais costumam transitar mais por aqueles trechos”, explica.

Outra medida temporária foi colocar refletores luminosos próximos às casas, espécie de giroflex capaz de afastar os felinos por um tempo. Eles são movidos a energia solar e ligam automaticamente à noite, emitindo luzes coloridas em diferentes intensidades intervalos.

“Existem evidências científicas de que isso auxilia a repelir os animais ali da área por um tempo e não causa danos à visão deles. Com o tempo, assimilam que aquilo ali não vai oferecer um risco para e acabam acostumando”, continua a bióloga.

Até o momento, a aproximação não causou prejuízos fora a perda de galinhas e cães que passaram a noite do lado de fora. Isso não é uma novidade, segundo Grasiela, mas está acontecendo mais vezes do que o normal.

Diretor do IHP, Ângelo Rabelo afirma que relatos de aproximação à área urbana de Corumbá também estão chegando e sendo verificados.

Os técnicos IHP começam a visitar escolas para falar sobre a convivência com as onças e outros animais silvestres predadores. A ideia é que os alunos transmitam as orientações para as famílias e para as próximas gerações.

“Falamos para evitar aproximação, não oferecer alimento, tentar manter o ambiente bastante iluminado no período da noite, não deixar as crianças sozinhas, recolher os animais de criação e manter em local protegido”, diz a coordenadora.