O comércio de Campo Grande já está operando em horário estendido para atender ao aumento de consumidores típico do fim de ano. A ampliação foi definida nesta terça-feira (10), com a assinatura da convenção coletiva entre o Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande (Sindivarejo CG) e o Sindicato dos Empregados do Comércio.
Segundo a Fecomércio-MS, a partir do acordo, as lojas passam a funcionar até às 22h de segunda a sábado, além de horários diferenciados aos domingos e nas datas festivas.
Horário especial de fim de ano
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De 8 a 23 de dezembro (segunda a sábado): até 22h
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Domingos, 14 e 21 de dezembro: 9h às 18h
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Dia 24/12: até 17h (shoppings e hipercenters: 9h às 19h)
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Dia 31/12: até 16h (shoppings e hipercenters: 9h às 18h)
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Dias 25/12 e 1º/01: comércio fechado
Reajuste salarial e novos benefícios
A convenção foi concluída após definição de reajuste salarial de 7% para trabalhadores que recebem acima do piso. Os novos valores da categoria passam a ser:
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R$ 1.960,00 – empregados em geral e caixas
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R$ 2.151,00 – comissionados
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R$ 1.767,00 – auxiliares, office boys e serviços gerais
O vale-alimentação também foi reajustado para R$ 25,00, com garantia de manutenção mesmo em casos de dispensa e recontratação pelo mesmo empregador ou grupo econômico — medida para coibir mudanças contratuais irregulares previstas na CLT.
Outro ponto de destaque foi o combate à “pejotização”, prática considerada indevida.
“Coibimos do nosso ordenamento a pejotização nas empresas. Algumas estavam admitindo trabalhadores como pessoas jurídicas, o que é proibido e foge da normalidade do vínculo de emprego”, afirmou o gerente de Relações Sindicais da Fecomércio MS, Fernando Camilo.
A categoria também passa a ter direito ao Benefício Social Familiar, com contribuição mensal de R$ 10 a R$ 20 por colaborador, e ao convênio odontológico, com custo aproximado de R$ 23,20 — sendo R$ 6 custeados pelas empresas.
Expectativas de consumo em queda
Apesar do esforço do setor, o comércio sul-mato-grossense deve encerrar o ano com expectativas reduzidas para o Natal e o Ano-Novo. Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), em parceria com o Sebrae-MS, aponta queda de 38% na movimentação financeira, estimada em R$ 824 milhões, contra R$ 1,27 bilhão em 2023.
O recuo, considerado o mais acentuado da série recente, evidencia um consumidor mais cauteloso, seletivo e com crédito restrito.
A projeção é de que:
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R$ 226 milhões sejam destinados a presentes
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R$ 243 milhões às confraternizações de Natal
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R$ 354 milhões às festas de Ano-Novo
Mesmo com orçamento mais apertado, 69% dos entrevistados pretendem presentear no Natal, com gasto médio de R$ 217,36 por pessoa. Os itens mais procurados seguem ligados ao afeto e ao uso cotidiano: brinquedos, roupas, eletrônicos e cosméticos.
As celebrações também devem ser mais íntimas. Para o Natal, 78% afirmam que vão comemorar, com gasto médio de R$ 206,35 em alimentos preparados em casa. Na virada, 80% pretendem celebrar o Ano-Novo, com gasto médio de R$ 294,19. Entre os que vão viajar, 64% permanecerão no próprio Estado.
A economista do IPF-MS, Regiane Dedé de Oliveira, aponta que o consumidor mantém o afeto, mas com limites.
“Percebemos um consumidor mais prudente, que busca equilibrar o orçamento sem abrir mão das tradições”, destaca.
Para o analista técnico do Sebrae-MS, Paulo Maciel, os pequenos negócios precisam se preparar.
“A maioria dos clientes, 55%, prioriza qualidade e busca vantagem no pagamento à vista. As empresas devem reforçar estoques e melhorar condições de pagamento”, recomenda.

