A delegada adjunta da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Analu Lacerda Ferraz, revelou nesta segunda-feira (8) que a comerciante Ângela Naiara Guimarães, vítima do 39º feminicídio em Mato Grosso do Sul em 2025, mantinha um relacionamento sem registros de brigas ou denúncias contra seu marido, Leonir Gurgel. A coletiva foi realizada em frente ao local do crime, onde Ângela foi morta com golpes de canivete.
Analu Lacerda destacou que o casal, que estava junto há décadas, não apresentava sinais de atritos públicos antes do incidente. “Ela foi terminar o relacionamento, que durava muitos anos, sem histórico de discussão ou briga até onde conseguimos apurar”, afirmou a delegada.
O comércio Sabor da Albert Sabin, uma churrascaria e restaurante da região, pertence à família Gurgel, da qual Ângela e Leonir fazem parte. Segundo informações da Deam, a discussão que culminou na tragédia teve início na noite de domingo (7), quando Ângela pediu que Leonir deixasse a casa na manhã de segunda-feira (8).
Durante o desentendimento, a mãe de Ângela e a filha do casal tentaram intervir. A mãe entrou em luta corporal com Leonir, enquanto a filha, de aproximadamente 27 anos, também tentou ajudar e acabou ferida na mão.
Este caso ocorre menos de 24 horas após uma manifestação em Campo Grande pelo “Levante Mulheres Vivas”, que pede o direito à vida das mulheres e a responsabilização das plataformas digitais. O crime aconteceu na Rua Antônio Pinto da Silva, no bairro Taveirópolis, e vitimou Ângela, de 54 anos.
Leonir Gurgel, de 59 anos, foi o responsável pelos golpes e também se feriu no pescoço com o mesmo canivete, sendo socorrido por equipes do Corpo de Bombeiros e levado para a Santa Casa de Campo Grande.
O registro de feminicídios em Mato Grosso do Sul neste ano já apresenta uma série de casos trágicos, refletindo a gravidade da violência contra mulheres na região.
