As pretensões políticas do ex-senador Delcídio do Amaral, que hoje comanda a Presidência Regional do PTB, já nas eleições municipais deste ano no Estado podem receber uma balde de água fria. Isso porque a denúncia do suposto pagamento de propina de R$ 500 mil pela Odebrecht a ele deve ser encaminhada para a 1ª Instância da Justiça Federal no Distrito Federal, conforme informações do site O Jacaré.
Segundo matéria publicada pelo site, o parecer é da coordenadora da Força Tarefa da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, que defendeu a prorrogação do inquérito 4.382 por mais 60 dias para investigar o senador Renan Calheiros (MDB). De acordo com o inquérito da Polícia Federal, a empreiteira pagou R$ 8,5 milhões aos políticos em troca de apoio a propostas legislativas para reduzir o ICMS sobre importação, no episódio conhecido como “Guerra dos Portos”.
Delcídio admite que recebeu US$ 1 milhão em propina pela compra de refinaria.
A subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, afirmou, em parecer protocolado no dia 19 de fevereiro, que não há mais necessidade de unificação das provas. As investigações contra Calheiros seguem no Supremo Tribunal Federal.
Já a denúncia em relação aos ex-senadores Delcídio, Romero Jucá e Gim Argello e aos ex-ministros Guido Mantega e Fernando Pimentel deve ser encaminhada à 1ª Instância devido à perda do foro por prerrogativa de função. Eles são investigados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão será do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo.
Essa é mais uma ação da Lava Jato pendente contra Delcídio, que firmou acordo de delação premiada com o MPF após ser preso e ter o mandato cassado pelo Senado. De acordo com a delação premiada do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, foram pagos R$ 8,5 milhões em propinas pela aprovação do Projeto de Resolução do Senado 72/2010, que uniformizava a concessão de incentivos fiscais pelos estados em portos a produtos importados.
Após a aprovação do projeto, o ex-senador petista descobriu que houve pagamento de R$ 3 milhões a Jucá, R$ 1 milhão a Argello e R$ 1 milhão a Renan. Outro político, identificado como “Glutão”, teria recebido R$ 3 milhões. De acordo com o delator, Delcídio ficou inconformado por não ter sido incluído no esquema e exigiu a propina. Então, a empreiteira lhe repassou R$ 500 mil em 2012.
Caso essa ação continue avançando, o ex-senador de todos pode sofrer um novo revés nas urnas, a exemplo do que aconteceu nas eleições de 2018, quando, após ter o mandato cassado em maio de 2016, saiu candidato a senador pelo PTC em Mato Grosso do Sul e foi derrotado. Agora, ele pretende disputar a Prefeitura de Campo Grande pelo PTB já de olho no pleito de 2022, quando buscará um retorno ao Senado Federal. Só falta combinar com o eleitor.
Vai vendo!!!!