Quem pretende visitar Bonito no fim de ano deve se programar: a Prefeitura anunciou que começa a ser cobrada, a partir de 20 de dezembro, a Taxa de Conservação Ambiental (TCA).
A medida regulamenta leis municipais aprovadas em 2021 e 2022 e tem como objetivo garantir recursos exclusivos para preservação, manejo e recuperação das áreas naturais do maior destino de ecoturismo de Mato Grosso do Sul.
Segundo o município, a taxa foi criada para fortalecer as políticas de conservação, diante do crescimento constante do fluxo turístico e da necessidade de manter investimentos em infraestrutura, segurança e monitoramento ambiental.
A TCA custará R$ 15 por pessoa/dia, tanto para turistas brasileiros quanto estrangeiros. O valor é individual e calculado conforme o período de permanência na cidade. O pagamento deverá ser feito exclusivamente pelo portal: www.turistapornatureza.com.br.
No sistema, o turista informa seus dados pessoais, as datas da viagem, emite o voucher e realiza o pagamento online. As agências de turismo farão a liberação final do documento. A Prefeitura informou que mais orientações sobre o funcionamento da taxa serão divulgadas nos canais oficiais.
Quem paga e quem está isento
Devem pagar a taxa:
- Turistas brasileiros e estrangeiros.
Estão isentos:
- Crianças até 7 anos
- Moradores de Bonito
- Trabalhadores e prestadores de serviços que atuam no município
Moradores e trabalhadores não precisam de cadastro prévio, mas devem comprovar residência ou atividade profissional caso sejam abordados por fiscais. O pagamento da TCA inclui um Seguro Obrigatório, válido por todo o período da estadia. A cobertura oferece:
- Morte acidental e invalidez permanente: até R$ 20 mil
- Auxílio funeral: até R$ 5 mil
- Reembolso de hospedagem para acompanhante em caso de internação por acidente: até R$ 900
- Assistência médica pré-hospitalar, com ambulância equipada e equipe técnica, das 7h às 19h
O seguro garante atendimento imediato em situações de urgência e transporte até unidade hospitalar. A administração municipal afirma que Bonito se alinha às melhores práticas nacionais, adotando um modelo considerado essencial para reduzir impactos ambientais e equilibrar turismo e conservação.
Como a taxa é vinculada, os recursos só podem ser utilizados em ações ambientais. Entre as prioridades, estão:
Gestão de resíduos sólidos
– Ampliação da coleta seletiva
– Construção de barracão de triagem
– Operação de usina de reciclagem
– Reforma do ponto de transbordo
– Aquisição de veículos
Preservação e monitoramento
– Recuperação do antigo lixão (PRADE)
– Reflorestamento
– Monitoramento de rios e cavernas
– Desassoreamento de córregos
– Proteção de áreas sensíveis
Infraestrutura ambiental urbana e rural
– Manutenção de estradas vicinais
– Instalação de bueiros ecológicos
– Arborização e sinalização
– Apoio à visitação
Educação ambiental
– Programas escolares
– Campanhas de conscientização
– Capacitação para o trade turístico
Fiscalização e ordenamento
– Monitoramento digital
– Controle de visitação
– Respostas rápidas a emergências ambientais
A lógica é que o recurso compense o impacto causado pela alta circulação de visitantes e garanta a manutenção da qualidade ambiental que fez de Bonito um dos principais cartões-postais do País. A prática já é adotada em outros destinos sensíveis, como Fernando de Noronha, Jericoacoara, Bombinhas, Ubatuba, Ilhabela, Alto Paraíso, Santo Amaro e Campos do Jordão.