Além das manifestações, que reuniram mais de três mil pessoas na linha internacional que separa as duas cidades, o elevado volume de demissões, que já soma mais de 5 mil cortes, pesou para que o governo do país vizinho recuasse e autorizasse a reabertura da fronteira.
Após o fechamento das fronteiras do Paraguai com o Brasil no dia 24 de março deste ano devido à pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19), o Governo anunciou a retomada por três semanas das atividades comerciais na região de Salto del Guairá (Mundo Novo) e Pedro Juan Caballero (Ponta Porã).
A decisão só aguarda as assinaturas dos presidentes do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e do Brasil, Jair Bolsonaro. A medida é vista como vitória pelos comerciantes, que poderão receber os turistas brasileiros das 5 às 14 horas, com a saída do país até às 18 horas.
Em um primeiro momento, os turistas poderão circular entre as os departamentos de Canindeyú, onde fica Salto del Guairá, e Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero.
Além disso, serão instaladas barreiras sanitárias e as medidas de controle que já estão sendo realizadas como o uso obrigatório de máscaras, capacidade reduzida no interior das lojas, distanciamento social e disponibilidade de álcool gel.
Protesto
O protesto de ontem ganhou o apoio de cerca de três mil pessoas que participaram da mobilização na linha internacional em Pedro Juan Caballero. O grupo exigia a abertura da fronteira com o Brasil, pois muitos negócios já fecharam e centenas de pessoas perderam os empregos por conta das restrições em razão da pandemia do coronavírus.
Os manifestantes marcharam na fila internacional com faixas, pois consideram injusto que as grandes empresas transnacionais continuem a operar e que aqueles que lutam diariamente para ganhar o seu pão não possam trabalhar em razão da insensibilidade das autoridades.
Além disso, cerca de 100 taxistas também aderiram à mobilização. A ajuda do governo não chegou aos mais necessitados, dizem eles. Flexibilização em Pedro Juan Caballero Uma das redes que anunciou a suspensão das atividades recentemente foi a Fortis Supermercados, que demitiu pelo menos 300 funcionários.
Outra rede foi a Maxi Hipermercados, que afirmou em comunicado nas redes sociais que só retomaria os trabalhos caso a fronteira de Pedro Juan Caballero fosse reaberta. Caso contrário, a empresa demitiria 700 funcionários das suas três unidades.