O comércio da região central de Campo Grande, que esperava um aumento nas vendas a poucos dias do Natal, está enfrentando desafios devido à greve dos motoristas de ônibus, levando muitos estabelecimentos a antecipar as folgas de seus funcionários.
Uma reportagem na Praça Ary Coelho revelou que os pontos de ônibus se tornaram locais de espera para trabalhadores e consumidores que tentam conseguir transporte por aplicativos. Na Rua 14 de Julho, os vendedores estão organizando estoques e formando filas à espera de clientes, mas o movimento é escasso, criando um clima de incerteza em um período normalmente lucrativo.
Alguns comerciantes, como a loja de calçados Anita, estão optando por dar folgas antecipadas aos funcionários. A gerente Rayssa Dias dos Santos comentou que, desde o início da greve, na segunda-feira (15), o movimento na loja caiu drasticamente. “Hoje antecipamos algumas folgas, pois o movimento ficou mais calmo e também ajuda a reduzir custos com transporte”, explicou.
A tradicional caravana de Natal da Coca-Cola, que costuma atrair muitos visitantes, também não traz otimismo, já que muitos dependem do transporte coletivo para chegar ao centro. Rayssa expressou preocupação: “Muita gente depende desse meio de transporte, e a paralisação está afetando a movimentação”.
Na loja do Boticário, a gerente Suelen Benites Vieira informou que a alternativa para enfrentar a queda no número de clientes tem sido o serviço de entrega em domicílio. No entanto, a greve teve um impacto significativo nas vendas, especialmente para aqueles que dependem do transporte público. “Estamos vendendo muito para quem possui veículo, mas os que dependem de ônibus não estão vindo”, disse Suelen.
Cesar de Araújo, gerente da loja de vestuário Damyller, também notou a queda no fluxo de clientes. Ele mencionou que a greve está afetando não só seu negócio, mas o comércio em geral. “É visível a diferença no movimento. A greve de ônibus impacta a rotina dos funcionários e dos clientes”, afirmou.
Para ajudar os funcionários a chegarem ao trabalho, algumas empresas estão custeando o transporte por aplicativo. Cleber, de uma dessas empresas, explicou: “Estamos dando suporte, e os funcionários pedem Uber, que nós ressarcimos”. Essa iniciativa tem sido crucial para manter o efetivo durante a crise do transporte.

