Dados do dossiê “Vivendo em Territórios Contaminados”, da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), elaborado em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontam que o bioma, que está presente em 61% de Mato Grosso do Sul, receba cerca de 600 milhões de litros de agrotóxicos por ano.
Somente entre 2019 e o ano passado, mais de 1.800 agrotóxicos tiveram uso liberado no Brasil, sendo que pelo menos metade deles são permitidos na Europa por oferecerem riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
Conforme o documento da CPT, esses produtos seguem em uso em solo nacional, combinados com sementes transgênicas e utilizados ostensivamente nas lavouras do país, via pulverização terrestre e aérea.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que a área cultivada de soja no Brasil na safra de 2020/21 foi de 38,5 milhões de hectares, dos quais 20 milhões estavam localizados no Cerrado, mais de 50% do toda a soja cultivada nacionalmente.
As lavouras de soja no Cerrado cresceram cerca de 1.440% entre 1985 e 2021, ocupando um total de 10% da sua área, sendo essa a cultura que mais demanda agrotóxicos, já que mais de 63% desse produto vai é voltado para “incrementar” esse plantio.
Lançando olhar só sobre esse recorte, a pesquisa revela que apenas 32% do volume pulverizado atingem de fato suas plantas-alvo; quase metade (49%) vai para o solo e 16% ficam dispersos no ar, sendo também uma das regiões mais biodiversas, o Cerrado abriga cerca de 5% da biodiversidade terrestre.
Organizações responsáveis destacam que, para além de serem contra agrotóxicos, o protesto também se opõe aos transgênicos e demais biotecnologias que trazem risco à vida. Clicando aqui você tem acesso, na íntegra, ao dossiê elaborado pela CPT