Um presentão de Páscoa acaba de ser anunciado para os consumidores de Mato Grosso do Sul. Se a situação já é difícil, com esse reajuste a vida encarece muito mais.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) homologou por unanimidade na manhã desta terça-feira (12) o aumento de 18,16% na conta de energia em Mato Grosso do Sul. O aumento vai vigorar a partir de 16 de abril, no próximo sábado de Aleluia, véspera do domingo de Páscoa.
Com isso, MS tem a 3ª tarifa mais cara do Brasil.
Durante a reunião ordinária nesta terça foram apresentados pelo diretor-relator do processo de reajuste, Sandoval de Araújo Feitosa, os componentes do cálculo que levaram ao número de 18,16%. O principal é o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), que teve inflação acumulada de 14,77%, abaixo ainda do aumento em Mato Grosso do Sul.
“O cenário é desolador para o consumidor em Mato Grosso do Sul”, disse a presidente do Concen-MS (Conselho de Consumidores das Áreas de Concessão da Energisa em Mato Grosso do Sul), Rosimeire Costa.
Para o consumidor de alta tensão, como indústrias, o aumento é ainda maior, de 18,81, como mostra o voto do relator.
O Governo Federal anunciou na última semana o fim da bandeira Escassez Hídrica. Com isso, a bandeira tarifária verde passa a valer para todos os consumidores de energia a partir de 16 de abril, bem quando o aumento em MS começa a valer. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a expectativa é que a bandeira verde permaneça até o final do ano. Dessa forma, a conta de luz do cidadão brasileiro terá redução de cerca de 20% no próximo mês.
Segundo Sandoval, isso vai fazer com que, na verdade, o consumidor de baixa tensão, que teve reajuste de 17,93%, tenha diminuição de 2,77% na conta de energia em Mato Grosso do Sul.
Índice de dois dígitos e lucro de R$ 3,1 bilhões
Se for confirmado o aumento de 16% na conta de luz, o acumulado dos últimos cinco anos chegará a 54%. Ao mesmo tempo, os reajustes no salário mínimo somam apenas 26% — menos da metade. Os números da Energisa mostram que a empresa goza de boa saúde financeira.
Só ano passado, o lucro líquido total foi de R$ 3,1 bilhões. No último trimestre do ano passado, o lucro líquido foi de R$ 582,6 milhões — um acréscimo de 203,4%, comprovando que a energia é um bom negócio.
No começo do ano passado, em plena pandemia, a Energisa lucrou R$ 873,3 milhões só no primeiro trimestre — um crescimento de 50,1%. Já no segundo trimestre, esse mesmo lucro foi de R$ 749 milhões e no terceiro trimestre aumentou para R$ 863,9 milhões. As despesas operacionais da empresa estão cada vez menores, assim como a dívida líquida, enquanto a conta de luz aumenta.
Fonte: Jornal Midiamax