Francisco Cezário de Oliveira, que foi presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) por 28 anos, se tornou uma sombra “indigesta” para seus ex-companheiros que figuraram por décadas ao seu lado na entidade. Destituído em outubro do ano passado, após operação que investiga desvio de dinheiro, o cartola agora além de querer voltar a comandar o futebol do Estado, quer “melar” a eleição de Estevão Petrallás que agora ocupa a cadeira ilustre de Cezário.
No documento protocolado dois dias após o pleito ocorrido há três dias, a defesa de Cezário afirma que a votação foi feita com base em um ato nulo, já que a Assembleia Geral Extraordinária que o retirou do cargo segue sendo contestada judicialmente. Segundo ele, a convocação da eleição desrespeita os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, além de ignorar o próprio estatuto da FFMS e o artigo 18-D da Lei Pelé.
“Fato consumado” – A petição acusa a atual gestão da federação de tentar esvaziar a discussão judicial por meio da consolidação de um “fato consumado”, o que, segundo os advogados, comprometeria a possibilidade de reintegração de Cezário caso ele vença a ação.
“O risco de dano é grave e irreversível”, diz o texto. “Permitir que a nova gestão siga praticando atos administrativos, financeiros, desportivos e institucionais consolida, na prática, os efeitos de um ato eivado de nulidades insanáveis.”
O pedido inclui ainda a proibição de que a FFMS envie qualquer documento à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sobre a eleição ou sobre a nova diretoria. A defesa solicita que nenhuma ata de posse seja validada até o fim do processo.
A explicação por essas brigas para comandar a entidade supera a paixão pelo futebol e por reerguer a modalidade em nível nacional, que amarga décadas de fracassos e dívidas.
Segundo a revista Piauí, além do prestígio de de muitas mordomias como viagens entre outros penduricalhos, o mandatário deve embolsar um salário de cerca de R$ 250 mil reais, nada mal.