Rafael Libman, ex-genro do doleiro Dario Messer, comprou 18 apartamentos em endereços de luxo no Rio de Janeiro e em São Paulo com a intenção de lavar dinheiro de Messer, o “doleiro dos doleiros”. Todos os negócios foram feitos em dinheiro.
A revelação foi feita em delação premiada, homologada pela Justiça, por Denise Messer, filha de Dario e ex-mulher de Rafael. Denise entregou ao Ministério Público Federal uma planilha com a relação dos endereços dos imóveis supostamente adquiridos pelo ex-marido.
Na terça-feira (9), a Polícia Federal cumpriu mandados expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, contra Mario e Rafael Libman. Mario foi preso. Rafael está foragido. No depoimento, Denise Messer detalhou a compra dos imóveis.
Segundo ela, Rafael seguiu os planos de seu pai. Por uma das compras, de um apartamento em São Paulo, Rafael e Dario gastaram R$ 2,5 milhões, de acordo com o depoimento de Denise. No depoimento de Denise, Rafael passou a ter um contato muito próximo com Dario Messer, e os dois tratavam de assuntos de negócios juntos.
Ela também afirma que a aquisição do imóvel em que foi morar com Rafael em São Paulo foi feita com recursos de Dario Messer pagos, em parte, sem registro contábil ou fiscal. Na delação, Denise também fala que foi Rafael quem conduziu essas tratativas com o proprietário e Dario Messer.
As compras, ainda segundo a delação, aconteceram a partir de 2010. Segundo ela, os pagamentos foram feitos “por fora”, ou seja, sem que valor real fosse registrado em cartório. Além dos 18 apartamentos, Rafael Libman adquiriu dois terrenos para construção: um na Tijuca, na Zona Norte da cidade, e outro em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Meses depois, em 2011, Denise Messer contou que Rafael vendeu o apartamento de São Paulo por R$ 4 milhões. Usando o dinheiro da venda, Rafael Libman comprou um imóvel no Rio de Janeiro por R$ 4,8 milhões.
Denise Messer contou que neste negócio foram pagos R$ 1,5 milhão por fora: “Sendo certo que estes valores foram pagos pelo pai da colaboradora, Dario Messer, novamente por meio de portador”.
A advogada Sheila Lustosa, que defende Mario Libman, disse que “não teve acesso à íntegra do processo, mas que está estudando o caso para entrar com alguma medida e demonstrar a real versão dos fatos”.