Casos de estelionato eletrônico têm aumento de 177,3% entre 2021 e 2022 no Estado

 Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que, entre 2021 e 2022, as ocorrências de estelionato eletrônico, golpe ou fraude via aplicativos de mensagens, internet ou ligação, cresceram 177,3% em Mato Grosso do Sul. De 910 casos em 2021, esse total saltou para 2.524 no ano seguinte.

 

Para o ano de 2023, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) já registrou 12,5 mil estelionatos no geral, entretanto, na página de estatística da secretaria não consta quantos foram aplicados por meio eletrônico. Solicitados, os números não foram repassados.

 

Um dos golpes mais comuns atualmente é o de clonagem de aplicativo de mensagens ou de rede social. Também é comum o furto da conta, o que impede o usuário de acessar os próprios dados. E por mais que os golpistas sejam habilidosos, para o especialista em Segurança da Informação, Michel Weiler Neves, investigador de polícia, o principal culpado pelo alto número de ocorrências são as próprias vítimas.

 

Ele explicou que o golpista tem uma boa história para convencer, mas precisa da validação da vítima para o golpe ser concluído. Isso porque depende dela clicar em algum link ou repassar um código solicitado para que a fraude se complete.

 

O especialista completou que o golpista nem precisa de um aparato tecnológico tão sofisticado. Basta um aplicativo de acesso remoto, nome do usuário na rede social e então, um contato direto baseado em promoções, ganho fácil de dinheiro ou mesmo uma pesquisa de opinião.

 

Mas nem sempre é assim. Mesmo sem que a vítima faça nada, ela pode perder acesso às suas contas e ao próprio celular se o golpe for o chamado sim-swap. Nesse caso, o golpista, em posse de um chip em branco e com os dados do usuário, liga para a operadora se passando pela vítima, fornece os dados necessários e solicita a ativação do número no novo chip.

 

A partir daí, o fraudador tem acesso a ligações, mensagens SMS e senhas, podendo ativar aplicativos num novo aparelho. Assim, o criminoso passa a mandar mensagens aos contatos em nome da vítima, geralmente pedindo dinheiro ou aplicando outros golpes.

 

Como se proteger?

 

Se alguém ligou e contou uma história longa, pediu algum código ou mandou clicar em algum link, mesmo de e-mail, desconfie. Alguns golpistas se passam até mesmo como funcionário do suporte de alguma rede social. Tem que desconfiar.

 

O fraudador muitas vezes tenta acessar a conta, a rede social notifica o usuário e em seguida alguém liga que tentaram invadir. É nessas horas que o bandido tenta se passar pelo suporte.

 

Além de desconfiar de qualquer ganho fácil ou promoção, o usuário deve ainda configurar a verificação em duas etapas de aplicativos como WhatsApp e Instagram, o que dificulta o acesso do fraudador aos dados do usuário e ainda, não registrar dados pessoais nas redes que forma acessível. O WhatsApp por exemplo, se tem essa verificação, bloqueia a conta quando percebe a ativação em vários dispositivos.

 

A pessoa que perde a conta não tem perdas financeiras, mas aqueles que são enganados com pedidos de dinheiro ou venda de móveis e imóveis fictícios perdem e é assim que o golpista ganha.

 

Se você é amigo da pessoa que perdeu acesso à conta, mas você não sabe que o amigo está sem esse acesso e ele pediu dinheiro, desconfie. Ele já havia pedido dinheiro alguma vez? Se esse pedido foi pelo WhatsApp, ligue pra pessoa, porque geralmente ela perde só acesso ao aplicativo, mas a linha telefônica continua com a pessoa.

 

Outras formas de proteção é ler atentamente as mensagens recebidas sem clicar em nenhum link. Mesmo que a mensagem seja identificada como de algum banco ou de empresa conhecida, não clique. Se for por ligação, desligue e ligue direto para o banco. Com informações do site Campo Grande News