As defesas de Stephanie de Jesus da Silva e de Christian Campoçano Leitheim, respectivamente, mãe e do padrasto de Sophia OCampo, morta aos 2 anos em janeiro deste ano em Campo Grande (MS), entraram com recurso na segunda-feira (18) para tentar impedir o júri popular marcado para março de 2024.
A solicitação de reforma da decisão foi ingressada junto ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, pedindo para que ambos possam apresentar novas razões recursais. As defesas alegaram, de forma conjunta, que,
“A Recorrente é parte legítima; tem interesse processual no acolhimento do recurso para melhorar sua situação processual; o recurso é tempestivo e é o indicado para reformar a decisão. Pede-se e espera-se que o Juízo, tomando ciência das razões que serão juntadas, digne-se reformar a r. decisão atacada em sede de juízo de retratação; mantida, digne-se ordenar a remessa dos autos para a Superior Instância, que deverá receber, processar, conhecer e acolher este recurso, como medida de inteira justiça”, traz trecho do recurso.
O julgamento foi marcado para os dias 12, 13 e 14 de março de 2024, quando os réus vão a júri popular, ou seja, serão julgados por cidadãos comuns. No dia 5 de dezembro, o casal falou pela primeira vez sobre o caso. Em audiência, tanto Stephanie da Silva, quanto Christian Leitheim negaram autoria dos crimes e culparam um ao outro pela morte da criança.
A menina, que já havia passado por diversas internações, morreu em janeiro deste ano. As investigações mostraram que Sophia foi levada pela mãe a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito.
Uma testemunha afirma que depois de receber a informação sobre a morte de Sophia, o padrasto teria dito a frase: “minha culpa”. Uma das contradições apontadas na investigação é o fato de a mãe ter afirmado que antes de levar a filha para atendimento médico, a menina teria tomado iogurte e ido ao banheiro.
A versão é contestada pelo médico legista que garantiu que com o trauma apresentado nos exames, a criança não teria condições de ir ao banheiro ou se alimentar sozinha. A autópsia também apontou que Sophia pode ter agonizado por até seis horas antes de morrer. O padrasto e a mãe da menina são acusados do crime e estão presos.