Caso Sophia: juiz se declara impedido e transfere julgamento para a 2ª Vara do Tribunal do Júri

O juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, se declarou impedido para continuar no caso da morte da menina Sophia Ocampo, de apenas 2 anos de idade, que foi assassinada no dia 26 de janeiro deste ano pelo padrasto Christian Leitheim com conivência da mãe Stephanie de Jesus da Silva.

Segundo o magistrado, o impedimento para prosseguir com o julgamento é devido ao desentendimento que teve com o advogado Willer Almeida, que atua na defesa de Christian Leitheim, e, portanto, transferiu o caso para a 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, onde o juiz Aluízio Pereira dos Santos será o novo responsável em dar andamento ao processo.

O juiz Carlos Alberto Garcete alegou que não teria como dar continuidade às audiências e julgamento por razões pessoais, já que na segunda audiência, realizada no dia 19 de maio, se desentendeu com o advogado do acusado depois que este ofereceu um copo de água à testemunha no momento em que ela estava depondo.

O desentendimento começou quando Willer Almeida foi até a testemunha com um copo de água e o magistrado o repreendeu, dizendo para não fazer aquilo, porém, o advogado insistiu e foi chamado atenção mais uma vez. Carlos Alberto Garcete disse que o defensor não estava lá para servir água, mas para fazer a defesa de seu cliente.

Porém, Willer Almeida insistiu, dizendo que poderia fazer o serviço que quisesse, inclusive servir água, ao que o magistrado respondeu dizendo que era a autoridade dentro do Tribunal do Júri e o retirou da sala, suspendendo a audiência.

Os trabalhos foram retomados no dia 26 de maio a partir de onde havia sido interrompida, mas foi realizada a portas fechadas e sem a presença da imprensa. A assistente de acusação, Janice Andrade, afirmou que a mudança não interfere no andamento do processo e opina que talvez tenha sido uma estratégia para evitar que a defesa peça nulidade da decisão.

Após duas audiências, momento em que foram ouvidas testemunhas de defesa e acusação, entre os quais estavam amigos, familiares e vizinhos de Christian Leitheim e de Stephanie de Jesus da Silva, o processo ficou parado.

As audiências só poderão ser retomadas após a Polícia Civil concluir o relatório de perícia feita nos celulares de ambos acusados. O prazo para juntar documento terminou dia 10 de agosto, mas foi pedido mais prazo para a apresentação.