Parece notícias repetidas e mais uma vez um caso de violência e morte envolvendo criança pode respingar na omissão, ou pelo menos, na incompetência de Conselho Tutelar Sul de Campo Grande que terá prazo de dez dias para apresentar os registros de atendimento à família de Emanuelly Victória de Souza Moura, a Manu, de seis anos, morta após ser sequestrada e estuprada.
O crime foi cometido por Marcos Wilian Teixeira Timóteo, de 20 anos, que morreu em confronto com a polícia em 28 de agosto.
O Ministério Público abriu procedimento para apurar se houve falhas ou omissões da rede de proteção que possam ter contribuído para a morte da criança. O caso está em investigação sob caráter sigiloso e encontra-se em fase de investigação.
Histórico
A família de Emanuelly era acompanhada pelo Conselho desde 2020, após alerta de maus-tratos.
A criança já havia recebido atendimento do órgão em maio, após sofrer fratura no braço provocada por agressão.
Relatos apontam ainda que ela não era alimentada de forma adequada e, em razão das agressões, deixou de frequentar a escola.
Na ocasião, o padrasto alegou que os problemas eram decorrentes de conflitos familiares e que a família vivia apenas com a renda do programa Bolsa Família.
Estupro e morte
Emanuelly foi encontrada morta numa banheira, embaixo de uma cama, dentro da residência de Marcos Willian, localizada na Rua Joaquim Manoel de Carvalho, na Vila Carvalho, em Campo Grande.
Policiais encontraram o corpo dela durante uma varredura na casa onde morava o suspeito. O imóvel estava vazio no momento da chegada da equipe, mas havia sinais de movimentação recente, como marcas de chinelo e barro espalhado pelo chão da cozinha.
Durante a inspeção dos cômodos, embaixo da cama, os agentes levantaram uma cama e localizaram uma banheira de bebê.
Passado violento
Aos 14 anos, Marcos Willian estuprou um bebê de 1 ano e 5 meses, abandonando a criança em meio a um matagal. O bebê sobreviveu. Anos depois, Marcos estuprou de forma contínua a enteada. Ele ainda era adolescente quando cometeu este outro estupro.
Marcos Willian estava solto porque cometeu todos esses crimes ainda quando adolescente, o que se constitui em ato infracional, análoga a crime e que está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Neste caso, o adolescente é considerado inimputável penalmente, o que significa que ele não é criminalmente responsável como um adulto.
Marcos Willian passou esteve duas vezes Unidade Educacional de Internação (Unei) para cumprir medidas socioeducativas. Quando adulto, teve passagem por violência doméstica. Com info Vox MS