Enquanto o Brasil sofre com a entrada de drogas, armas e muambas eletrônicas vindas do Paraguai, o país vizinho, em razão do fechamento da fronteira determinada pelo próprio presidente para conter o avanço da Covid-19, está enfrentando problemas com a entrada de caminhões brasileiros carregados com alimentos.
A União Industrial do Paraguai denunciou que o contrabando de produtos brasileiros continua, apesar dos supostos controles rigorosos e do fechamento da fronteira devido à pandemia de novo coronavírus. Os empresários fizeram um tour pelas instalações comerciais do Mercado Municipal de Ciudad del Este, onde puderam registrar produtos brasileiros expostos a granel, bem como o transbordo de mercadorias.
Eles sustentam que existem quatro instituições que controlam o contrabando na área de fronteira, por isso não é explicado como ele também entra. As instituições encarregadas do controle são o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde de Plantas e Sementes (Senave), o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa), o Serviço Nacional de Alfândega (DNA) e, finalmente, os militares, que realizam um rigoroso controle de tipo na área aduaneira primária.
As autoridades aduaneiras fizeram três grandes apreensões de produtos contrabandeados, que deveriam ser transportados em caminhões grandes pela Ponte da Amizade e pela cidade de Puerto Indio. Os empresários apontam que os contrabandistas capturados em trânsito em outras rotas do país são os que continuam operando hoje.
Eles reclamam que o Ministério Público não intervém nas alfândegas, que não declararam o contrabando. Nas últimas reuniões, foi acordado que a DNA deveria inspecionar todos os veículos que entram no país, incluindo aqueles declarados como lastro ou vazios, após a entrega de grãos no Brasil.
As placas de veículos e outros recursos são entregues à Polícia Nacional da Divisão de Punição Econômica do escritório regional e aos investigadores da alfândega, mas ainda não são interceptados no caminho. Para os empresários, é uma situação especial, os crimes econômicos e os promotores sabem quem é quem, qual transportadora opera, qual despachante traz mercadorias, etc.