O criminoso brasileiro Kassem Hijazi, de origem libanesa e que foi preso ontem (24) em Ciudade del Este (PY), será extraditado nos próximos dias para os Estados Unidos. Ele é considerado braço financeiro do narcotráfico internacional e era procurado pelas autoridades americanas.
O brasileiro é considerado um alvo estratégico para as polícias federais de diversos países, uma vez que desempenhava papel crucial no fornecimento de recursos e na infraestrutura para facilitar os serviços de lavagem de centenas de milhões de dólares gerados por grupos internacionais de crime organizado, incluindo grandes grupos nos Estados Unidos e na América do Sul.
Com a prisão de Kassem, que já foi transferido para Assunção, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou a aplicação de sanções ao detido e também a Khalil Ahmad Hijazi e Liz Paola Doldán. A dupla foi identificada como parceira do brasileiro em suas atividades ilegais.
Mesmo que o empresário não responda nenhum processo judicial no Brasil ele terá que prestar contas às autoridades americanas. “O Departamento do Tesouro continuará a usar sua autoridade para impedir que atores ilegais e suas empresas de fachada abusem do sistema financeiro internacional, prejudicando pessoas em todo o mundo que seguem as regras”, determina um comunicado do governo dos Estados Unidos.
Segundo informações da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai), o Departamento do Tesouro destaca que Kassem Hijazi atuava como “despachante”, na área da Tríplice Fronteira com conexões que permitiam agilizar os trâmites burocráticos de importação ou exportação de mercadorias.
Entretanto, com base em investigações envolvendo as polícias dos Estados Unidos, Paraguai e também do Brasil, revelam que suas atividades estão vinculadas a atos ilícitos como suborno, documentação falsa, sonegação fiscal e contrabando.
As varreduras nas contas de Kassem indicam que desde 2017, o brasileiro de origem libanesa é o principal operador financeiro de uma organização internacional ligada ao narcotráfico e segundo o Departamento do Tesouro atua “em escala global com capacidade de lavagem de centenas de milhões de dólares”.
Por outro lado, Khalil Ahmad Hijazi, irmão e sócio de Kassem, é apontado como presidente da importadora España Informática SA, que permite ao brasileiro importar mercadorias dos Estados Unidos para o Paraguai e movimentar o produto das vendas de mercadorias até casas de câmbio e bancos em Ciudad del Este, para destinos como Estados Unidos, China e Hong Kong.
“A rede de empresas de fachada e laços comerciais de Kassem permitem que ela mova lucros ilícitos ao redor do mundo com facilidade, com uma rede que se estende aos Estados Unidos, América do Sul, Europa, Oriente Médio e China”, diz um trecho do relatório americano enviado ao Ministério da Fazenda do Paraguai.
Esse mesmo relatório produzido pelas autoridades americanas também revela que Kassem coordenou com uma empresa sediada na Flórida, nos Estados Unidos, o embarque de mercadorias. Na negociação e ele alterou faturas e intermediou com um banco paraguaio para que o dinheiro fosse transferido de volta