O Corpo de Bombeiros interditou por 15 dias o Tênis Clube, localizado no Bairro José Abrão, em Campo Grande (MS), após o afogamento e morte do adolescente Endrick Guilherme Lopes dos Santos, de 16 anos, por falta de salva-vidas.
O caso ocorreu no último domingo (17) e o jovem morreu nesta quarta-feira (20), após ficar dias internado. De acordo com a corporação, a vistoria do clube de piscinas foi realizada no dia do afogamento.
Por se tratar de empresa privada, não foram informados os detalhes que precisam ser adequados para que o espaço volte a funcionar. Antes do acidente, o clube já estava em processo de regularização.
Depois da morte do adolescente, as atividades foram totalmente suspensas. Um dos responsáveis afirmou que o espaço está se adequando para retomar as atividades. “Estamos providenciando. […] Talvez retorne antes da primeira semana de setembro”, disse à reportagem.
O boletim de ocorrência registra o relato do vice-presidente do clube, Fernando Oliveira, que revelou que um grupo de adolescentes teria pulado o muro da instituição e, sem saber nadar, Endrick acreditou que a piscina era rasa e acabou mergulhando.
O jovem se afogou e, no momento, não havia salva-vidas na área. Os bombeiros foram acionados e fizeram manobras de reanimação por mais de 30 minutos. “Ele ficou muito tempo embaixo da água”, disse uma testemunha que preferiu não se identificar.
A Polícia Civil esteve no local com a perícia, e o caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada) como omissão de cautela. A investigação segue em andamento.
O tio de Endrick, Alan Fernandes, contesta a versão apresentada pela diretoria do clube. Ele afirma que o sobrinho entrou no espaço junto com ele, por volta das 7h30 de domingo, para acompanhar o futebol, como costumava fazer todos os fins de semana.
Segundo Alan, a piscina já estava aberta ao público e havia frequentadores no local. “É mentira que ele pulou o muro. Ele estava comigo, com meu filho. Todo domingo a gente joga futebol lá. A piscina estava aberta, mas não tinha ninguém do clube acompanhando, nenhum salva-vidas, nenhuma boia. Na hora que tentei socorrer, quase me afoguei também. Se tivesse pelo menos uma boia, eu teria conseguido segurar ele”, relatou.
O tio também nega que a família tenha recebido apoio da administração do Tênis Clube. “O presidente não deu nenhum suporte. Ninguém ligou para mim, para o pai ou para a mãe dele. Quem ajudou em tudo fomos nós, da família e os amigos. O clube não fez nada”, criticou.
Ainda de acordo com ele, a diretoria tentou convencer uma banhista a prestar depoimento favorável ao clube. “Isso é covardia. Em vez de ajudar a família, tentaram se proteger. Estamos de coração partido, vivendo uma dor imensa, e o mínimo seria terem dado apoio”, completou Alan. Com informações do site Campo Grande News