Após denúncia anônima, a Polícia Nacional do Paraguai fez ontem (12) um pente-fino surpresa no Presídio Regional de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), e frustraram que integrantes da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) promovessem uma fuga em massa.
Participaram do pente-fino, além da Polícia Nacional do Paraguai, a Força-Tarefa Conjunta do Paraguai e membros do Grap (Grupo de Reação de Agentes Penitenciários), com a ação chefiada pelo coronel Rubén Peña, diretor-geral dos estabelecimentos penitenciários do país vizinho.
O secretário municipal de Segurança Pública de Ponta Porã, Marcelino Nunes de Oliveira, destaca que uma fuga grandiosa já aconteceu há alguns anos, o que causou grande tensão na fronteira entre o município sul-mato-grossense e Pedro Juan Caballero.
“Normalmente onde há presídio, há um pensamento fixo de cada detento que é a fuga, principalmente aqueles que têm aí uma condenação altíssima, e somado isso a várias pessoas, logicamente que há união entre eles é em busca de um plano de fuga”, comentou.
Durante a inspeção às celas e pavilhões da unidade foram encontradas armas brancas, como facas, lanças, floretes e barras de ferro. Além disso, os agentes localizaram também celulares e carregadores, além de aparatos para confecção de bebidas alcoólicas caseiras.
Vale lembrar que, em 2021, o Ministério Público paraguaio chegou a denunciar 29 carcereiros por facilitar uma fuga orquestrada, ocasião em que 76 membros do PCC fugiram da unidade.
Esse caso específico ocorreu em 18 de janeiro de 2020, quando 35 paraguaios e 40 brasileiros escaparam do cárcere, sendo que um entre os 76 foi recapturado no momento da fuga.
Marcelino Nunes faz questão de ressaltar que, diante de uma possível fuga, a rotina da fronteira é, sim, alterada, já que todas as forças de segurança “passam a ligar um sinal de alerta”.
“Porque normalmente quando há uma fuga enorme, como essa que havia sido planejada, logicamente que você acaba preocupando as autoridades. E, por se tratar de uma faixa de fronteira, preocupa, mas é isso uma coisa normal e corriqueira dentro dos presídios”, conclui o secretário.