Bolsonaristas reduzem número de tendas em frente ao CMO, mas descartam encerrar protesto

Os bolsonaristas, acampados desde o dia 31 de outubro de 2022 em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste) em Campo Grande (MS) para protestar contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição para presidente da República, reduziram o número de barracas montadas no local, mas se negam a desmobilizar em 100% o acampamento.

 

Desamparados pelo agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que rumou aos Estados Unidos no “apagar das luzes” de 2022, os poucos manifestantes que persistem acampados na Avenida Duque de Caxias parecem manter a estrutura sob “cuidados paliativos”, conforme reportagem do Correio do Estado.

 

Cerca de 10 pessoas tratam de manter as poucas unidades funcionais que ainda restam no espaço. Sem o fluxo notório de pessoas que crescia ao passo em que o horário do almoço se aproximava, sem o alvoroço dos momentos em que as dinâmicas vespertinas começavam, o espaço já não conta com a mobilização outrora vista nos últimos dois meses.

 

No auge das manifestações, eram os manifestantes fervorosos os responsáveis por tremular as bandeiras do Brasil em frente ao semáforo, ao passo em que acenavam para eventuais simpatizantes que transitavam pela via. Agora, duas ou três pessoas, que, além de prepararem o alimento, cuidam dos utensílios utilizados nos preparos da comida, o espaço mantido é por onde chegam mantimentos.

 

Além dele, o único local que segue funcionando é o acampamento localizado à esquerda da cozinha, também próximo ao portão principal da unidade do Exército, enquanto o resto foi desmobilizado. Quem passa por lá, nota o esvaziamento do local. Sem as orações, vendas de camisas e bonés da seleção, além de adornos e utensílios verde e amarelo, o que restam na Avenida Duque de Caxias são as sinalizações de responsabilidade da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), alguns banheiros químicos, pallets de madeira e pneus.

 

Agora, a via é tomada por armações de ferro, objetos que até outro dia foram base para o acampamento dos manifestantes. Questionados sobre uma possível desarticulação do espaço e volta às suas rotinas, os remanescentes dizem que “não há nada disso (desmobilização), e que tudo não passa de coisa de oposição”.