Atentado contra ex-namorada pode ter motivado execução de filho de juiz na fronteira de MS

O colunista do UOL, Josmar Jozino, publicou nesta terça-feira que a Polícia de Mato Grosso do Sul investiga se a execução de Gilberto Emanuel Fernandes Abelha, 41 anos, filho do juiz aposentado Mário Eduardo Fernandes Abelha, tem relação com um atentado que teria sido cometido por ele contra a ex-namorada no ano passado em Ciudad Del Este (PY).

Gilberto Abelha foi morto com tiros de fuzil na tarde de domingo (16) em Ponta Porã (MS), quando estava em um veículo com Ana Liz Figueredo López, 30 anos, irmã do prefeito de Cerro Corá (PY), Wilfrido Figueredo López. As câmeras de segurança registraram o crime e as imagens mostram dois homens descendo de um carro preto, um Prisma, em frente a uma padaria na Avenida Presidente Vargas.

Os assassinos seguem em direção ao carro onde estava a vítima e abrem fogo, sendo que a filha do prefeito de Cerro Corá saiu ilesa. Conforme a Polícia Nacional do Paraguai, no fim da noite de 8 de novembro do ano passado, Gilberto Abelha tentou matar a ex-companheira Keila Ortiz Leal, 25 anos, no Bairro São José, em Ciudad Del Este, porque estava inconformado com o fim do relacionamento amoroso.

As investigações apontaram que o filho do juiz atirou cinco vezes contra o apartamento da ex, no segundo andar de um prédio localizado a seis quarteirões da Avenida San José. Os vidros da janela do imóvel ficaram estilhaçados, mas, felizmente, ninguém se feriu.

O caso foi registrado na 7ª Delegacia da Polícia de Ciudad Del Este. Keila Leal contou aos policiais que estava no apartamento no dia do ataque e por sorte não foi atingida pelos tiros. Ela revelou aos agentes que o ex não aceitou o fim do namoro e o apontou como autor do atentado.

A mulher narrou ainda que Gilberto Abelha era violento e muito ciumento. Keila Leal disse também que tinha rompido com ele havia dois meses e que horas antes do ataque recebeu chamadas telefônicas, porém, como não atendeu às ligações, o ex foi até lá e efetuou os disparos.

Os autores do assassinato de Gilberto Abelha ainda não foram identificados. A Polícia Civil de Ponta Porã informou que as investigações estão sob sigilo. A ocorrência foi registrada como homicídio qualificado praticado mediante traição, emboscada ou dissimulação que impossibilitou a defesa da vítima.

O juiz Mário Eduardo Fernandes Abelha, pai de Gilberto Abelha, ingressou na magistratura de Mato Grosso do Sul em junho de 1988. O magistrado, nascido em São Paulo, atuou como juiz de primeira e segunda instâncias em diferentes varas, inclusive no Juizado de Trânsito, até se aposentar. Atualmente, ele exerce a advocacia na cidade de Bonito (MS).