Até que não demorou! Caso Carla: após 70 dias de assassinato, Justiça começa a ouvir testemunhas

Passados 70 dias do assassinato bárbaro de Carla Santana Magalhães, 25 anos, na noite de 30 de junho deste ano no Bairro Tiradentes, em Campo Grande (MS), pelo servente de pedreiro Marcos André Villalba de Carvalho, 21 anos, a Justiça marcou para esta terça-feira (08) a primeira audiência da ação criminal.

Preso desde o dia 14 de julho no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), na ala separada para os criminosos sexuais, Marcos de Carvalho responde pelo de crime de homicídio com quatro qualificadoras, entre elas o feminicídio. O entendimento do delegado Carlos Delano, da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Homicídios), onde se investigou o caso, foi de que houve desprezo à condição de mulher.

Carla Magalhães foi atacada pelo vizinho na porta de casa e morta na mesma noite com golpes de faca no pescoço. O criminoso ficou com o corpo dela debaixo da cama por dois dias, trabalhou normalmente nesse período e, depois, abandonou o cadáver na mesma esquina onde tinha raptado a vítima, na varanda de um bar.

A acusação de homicídio com quatro qualificadoras foi mantida tanto pelo promotor de Justiça Douglas Olgergado dos Santos, ao apresentar a denúncia criminal, quando pelo juiz Aluizo Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, ao receber a peça e dar início à ação penal. As outras qualificadoras, que agravam o crime e tornam a possibilidade de pena maior, são motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Na audiência, o magistrado vai ouvir as testemunhas de acusação, sendo nove, entre parentes e amigos da vítima e policiais que trabalharam no caso. Os depoimentos vão ser por videoconferência, em razão da pandemia de novo coronavírus (Covid-19). Depois dessa fase, vai ser marcada a audiência para ouvir defesa e também interrogar o réu.