Nesta terça-feira, terminou o prazo dado para os manifestantes deixarem o local. O fim do acampamento ocorreu de maneira pacífica, sem confusão ou desentendimentos, sendo que o trânsito flui normalmente no local.
Equipes da Delegacia Especializada de Ordem Política Social (DEOPS-MS) e três viaturas da Polícia Militar estão no local acompanhando a retirada dos últimos pertences dos bolsonaristas.
Carros, caminhões e ônibus deixaram o canteiro da Avenida Duque de Caxias. Banheiro químico, tendas, barracas, equipamentos de som, toldos, geradores, utensílios domésticos, palanques, alimentos, objetos pessoais e caminhões de som também já foram totalmente removidos.
No entanto, os policiais tiveram que retirar banners/cartazes, com a escrita “Intervenção Militar Já”, que estavam fincados no chão. Caminhões da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) estão no local retirando o lixo deixado pelos manifestantes.
Há pilhas de entulho nos canteiros da avenida Duque de Caxias, principalmente de madeira. Apenas seis manifestantes estão no local, retirando os últimos objetos. A Polícia Militar permanecerá em frente ao CMO até que equipes da Sisep limpem a área integralmente.
A grama dos canteiros da Avenida Duque de Caixas foi totalmente destruída pelos manifestantes. O esverdeado da grama foi substituído pelo marrom da terra. A montagem de barracas e tendas matou o gramado, que permaneceu sem luz solar por dois meses seguidos.
Vale ressaltar que pode haver manifestações, tendo em vista que são permitidas por Lei. O que não pode mais acontecer é levantar acampamento e ocupar canteiros e meios-fios.
A Delegada de Polícia da DEOPS-MS, Cláudia Angélica Gerei, notificou, nesta segunda-feira (9), os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, a desocuparem o local imediatamente.
A providência foi tomada após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e reunião entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) e deputados estaduais e federais de Mato Grosso do Sul.
Linha do tempo
O protesto, no CMO, começou um dia após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 31 de outubro de 2022. Insatisfeitos e incrédulos com o resultado das urnas, manifestantes começaram a ocupar quartéis e estradas.
Ao todo, foram 71 dias de acampamento. Refeições (café da manhã e almoço) eram servidas e o hino nacional era cantado a cada uma hora, no período vespertino.
Eles pediam por intervenção militar, recontagem dos votos e diziam que a eleição poderia ter sido fraudada para dar vantagem ao petista.
Lula foi eleito com 60.345.999 votos (50,9%) e Bolsonaro 58.206.354 votos (49,1%). Em Mato Grosso do Sul, Bolsonaro ganhou com 59,49% (880.606) dos votos válidos e Lula 40,51% (559.547).
Conforme apurado pelo Correio do Estado, fazendeiros, supermercados, empresários e até ex-prefeito eram os responsáveis por patrocinar o ato. Os manifestantes recebiam doações de carne, pão, água, arroz, feijão, ovos, mortadela, produtos de limpeza e outros diversos mantimentos.
O ex-prefeito de Costa Rica Waldeli dos Santos Rosa, a jornalista Juliana Gaioso e a médica Sirlei Ratier são os principais investigados pela Polícia Federal (PF) por organizarem os atos.
Em 1º de janeiro, os bolsonaristas começaram a esvaziar as barracas, com o objetivo de preparar a viagem para Brasília e planejar o ataque contra os Três Poderes, ocorrido na tarde deste domingo (8) em Brasília.
Os 71 dias de manifestação foram repudiados pelos moradores em torno da avenida Duque de Caxias, que reclamavam do barulho, bagunça, algazarra, fogos de artifício e som do Hino Nacional 24 horas por dia.
Conforme noticiado pelo Correio do Estado, bolsonaristas atacaram profissionais da imprensa durante a manifestação. Uma repórter do Campo Grande News levou uma ‘bandeirada’ e um fotógrafo do Top Mídia News foi agredido com um tapa no rosto.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul repudiou os atos. “O Sindijor lamenta vir a público para, novamente, repudiar ação violenta, desrespeitosa e antidemocrática praticada por manifestantes golpistas contra jornalistas durante o exercício da profissão”. Com informações do site Correio do Estado