Os vereadores de Campo Grande se articulam para derrubar o veto da prefeita Adriane Lopes (PP) ao projeto de lei que prevê a instalação de ar-condicionado em todos os ônibus do transporte coletivo urbano do município.
Conforme o site Midiamax, o contrato original do Consórcio Guaicurus, firmado em 2012, não previa a obrigatoriedade do acessório nos veículos, ficando sujeito à negociação entre o Executivo e o grupo de empresas que explora o serviço.
A expectativa é de que o projeto retorne para a Casa de Leis e o veto seja apreciado no segundo semestre, após o fim do recesso parlamentar. A falta de ar-condicionado é uma das principais reclamações dos passageiros de ônibus em Campo Grande.
Em uma cidade que sofre sucessivas ondas de calor e em que a sensação térmica pode ultrapassar os 40ºC, a falta do recurso de refrigeração impõe aos usuários um intenso desconforto térmico, em viagens que às vezes levam mais de uma hora.
O Projeto de Lei nº 11.636/2025, de autoria do vereador Landmark (PT), foi aprovado com 21 votos favoráveis e 3 contrários na Câmara de Vereadores, em 26 de junho deste ano. A discussão ocorreu em meio à CPI do Ônibus, que apontou diversas falhas na prestação de serviço para a população.
O projeto original apresentava a instalação de ar-condicionado em todos os ônibus da frota, mas, após reunião com o presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, com a presença do vereador Beto Avelar (PP) — líder da prefeita na Câmara de Vereadores —, foi informado que essa readequação da frota geraria um custo elevado, tanto para o Consórcio quanto para a Prefeitura.
Diante disso, o projeto foi ajustado para exigir o ar-condicionado apenas nos ônibus novos. De acordo com a empresa, essa seria uma medida viável, já que os veículos adquiridos são feitos “sob medida” e já podem vir de fábrica com o recurso.
A Prefeitura de Campo Grande justificou o veto integral ao projeto de lei alegando vício de iniciativa — ou seja, a competência seria da Prefeitura em propor a mudança — e falta de estimativa do impacto econômico-financeiro aos cofres públicos. O parecer jurídico da Câmara de Vereadores também havia se manifestado contra a tramitação do projeto.