No último sábado (12), o empresário Jamil Name, que controlaria o “jogo do bicho” no Estado e está preso desde o dia 27 de setembro por formação de um grupo de extermínio, foi transferido do Centro de Triagem do Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste para o Presídio Federal, juntamente com o filho dele, Jamil Name Filho, com o policial civil Márcio Cavalcante da Silva e com o policial aposentado Vladenilson Daniel Olmedo.
No Presídio Federal, considerado de alta segurança, já está preso o guarda municipal Marcelo Rios, cuja prisão desencadeou a realização da “Operação Omertá”. No presídio, onde também está preso o mega-traficante de drogas Fernandinho Beira-Mar, eles ficarão em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), sem contato entre si ou com qualquer outro detento por no mínimo seis meses.
A transferência, aprovada pela Justiça Federal, foi determinada em decorrência de um suposto plano de atentado contra o delegado Fábio Peró, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras). Além de ter requerido a transferência de Jamil Name e do filho dele ao Presídio Federal de Campo Grande, o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também solicitou a conversão de prisão temporária em preventiva de outros alvos da “Operação Omertá”, como policiais federais e civis, além de guardas municipais.
Apontados como integrantes de organização criminosa ligada a crimes de pistolagem e outros, eles se encontram presos desde o dia 27 de setembro. O Gaeco, braço investigativo do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), quer a conversão das prisões temporárias em preventiva do policial civil Elvis Elir Camargo Lima, do policial federal Everaldo Monteiro de Assis, do guarda municipal Eronaldo Vieira da Silva, do segurança Euzébio de Jesus Araújo, do policial civil Frederico Maldonado Arruda, dos guardas municipais Igor Cunha de Souza e Rafael do Carmo Peixoto e do treinador de cavalos.
Luís Fernando da Fonseca. No caso de Elvis Elir, por exemplo, o Gaeco sustenta que o policial civil da ativa trabalhava para a família Name, utilizando a sua função em benefício do grupo. Conforme o Gaeco, são várias as situações em que, durante o horário de serviço, o agente foi flagrado tratando de assuntos de interesse dos Name. Além disso, ele estava lotado em Ponta Porã e se aproveitava da proximidade com a fronteira do Paraguai para trazer armas para a organização criminosa.
Para o Gaeco, com o avançar das investigações, antes mesmo de findado o prazo de prisão temporária, coletaramse “provas suficientes da participação efetiva de todos na organização criminosa liderada por Jamil Name e Jamil Name Filho”. O pedido de conversão da prisão temporária em preventiva (por tempo indeterminado) deve ser analisado a partir de hoje pelo juízo da 7ª Vara Criminal de Campo Grande.