Não há reinado que dure para sempre e nem rei que não possa ser deposto. Demorou, mas finalmente o PP conseguiu se livrar o “Reizinho Alcides Bernal”, que, tal qual um déspota, governava de forma absoluta a legenda em Mato Grosso do Sul, promovendo as maiores barbaridades dentro da sigla, cujas os outros filiados, cansados dos desmandos do ex-prefeito de Campo Grande, promoveram a sua própria revolução e, por pouco, não levaram o antigo líder para a forca.
A partir de agora, o novo “rei”, digo, presidente do PP é o deputado estadual Evander Vendramini, que assume a administração dos progressistas no Estado por determinação da Executiva Nacional. Durante sete anos, Alcides Bernal protagonizou discussões, acusações e até mesmo registro de boletim de ocorrência contra ele mesmo. O diretório comandado por Bernal encerrou oficialmente em agosto, mas o PP aguardava a resposta da deputada federal Rose Modesto (PSDB) sobre uma possível troca de partido para deixar a parlamentar à frente da agremiação.
Porém ainda não houve um retorno oficial da tucana e, com a proximidade das eleições em 2020 e a necessidade de organizar a casa, a Executiva Nacional determinou então que provisoriamente Vendramini assume como presidente, e seu colega de bancada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS) Gerson Claro será o vice-presidente.
Gerson Claro explicou que como Rose Modesto tem trâmite para mudar de partido e ainda negociar a saída no “ninho tucano”, o partido avaliou ser mais interessante começar a organizar a agremiação. “Não é nem uma questão de resposta dela. Qualquer mudança tem prazo, regras, então o que mudou agora é que a direção venceu dia 11 de agosto e a direção nacional está nomeando a provisória. Vamos filiar prefeitos, ex-prefeitos, vereadores. O Bernal continua no diretório, continua filiado e no diretório. A ideia nossa é tentar somar, trazer mais gente e não perder o que tem. Tem que negociar, ouvir, ceder”, explicou Gerson sobre os novos rumos que o PP deve ter em Mato Grosso do Sul.
Com relação às insatisfações dos correligionários direcionadas ao ex-presidente do partido, como no caso do vereador Valdir Gomes, que fez um boletim de ocorrência contra Bernal por ameaça, Gerson acredita que deve ser resolvido com a nova diretoria. As mudanças no partido não têm agradado o ex-presidente, que usa suas redes sociais para desabafar e em umas das mensagens chegou a subentender que vai sair do partido.
“Como ele é ex-presidente, é uma pessoa que precisa ser ouvida. Ele tem o capital político dele – um excelente quadro, no meu ponto de vista. Ele, tendo condições, pode ser candidato a qualquer coisa: prefeito, vereador. Política é poder e a pessoa fica no poder, e depois que perde o poder não fica com cara de bons amigos, mas uma boa conversa, um bom tereré, deve resolver. Publicamente e diretamente, ele não pediu para sair. Eu gosto muito do Bernal, foi importante para nós”, destacou Gerson em entrevista ao jornal Correio do Estado.
Procurado pelo jornal, o ex-prefeito de Campo Grande declarou que vai consultar os eleitores quanto à permanência no partido. “Eu não sei quem vai compor essa comissão. Desejo aos novos dirigentes do Partido Progressista muito boa sorte; vou cumprir a decisão da nacional”, acrescentou o ex-presidente.