Menos de 15 dias depois de conceder o relaxamento da prisão do pecuarista Antonio Joaquim da Mota, que é apontado pelo MPF (Ministério Público Federal) como um dos maiores narcotraficantes da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogou a decisão devido à repercussão negativa da medida.
O novo entendimento foi possível através de agravo regimental ingressado pelo MPF no dia 20 deste mês, cinco dias depois do ministro Reynaldo Soares da Fonseca ter atendido a defesa de Tonho, como é conhecido o patriarca do clã Mota, família envolvida com o tráfico de cocaína na fronteira desde 1970.
Segundo nota do STJ, no recurso contrário à decisão o MPF sustentou que havia risco de fuga do acusado, além de que “a gravidade dos crimes atribuídos a ele e a robustez das provas reunidas durante as investigações evidenciavam a urgência da decretação da prisão preventiva, que não poderia esperar a realização de um contraditório prévio”.
A decisão foi tomada ontem pelo mesmo ministro Reynaldo Soares da Fonseca. “Diante desses argumentos, o ministro decidiu suspender o cumprimento da ordem concedida anteriormente, até o julgamento definitivo do recurso do MPF”, continuou a nota do STJ.
Ao contrário do pai, que foi preso neste ano, Motinha foi alvo de uma megaoperação da Polícia Federal em junho de 2023 (Magnus Dominus – Todo-poderoso, em latim), porém conseguiu fugir de helicóptero um dia antes da ação e segue foragido até hoje. Depois disso ele já teve outros mandados de prisão expedidos, mas a PF ainda não identificou sua localização para conseguir cumpri-los.