Com a deflagração da “Operação Turn Off” pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra servidores do alto escalão do Governo do Estado, o governador Eduardo Riedel (PSDB) decidiu pelo afastamento do secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Educação (SED), Edio Antonio Resende de Castro, e do secretário-adjunto da Secretaria Estadual da Casa Civil, Flávio da Costa Britto, bem como uma das pregoeiras que atua em licitações na SAD (Secretaria Estadual de Administração), Simone de Oliveira Ramires Castro, e os servidores Andrea Cristina Souza Lima, Paulo Henrique Muleta Andrade, Victor Leite de Andrade e Sergio Duarte Coutinho Júnior.
Já o deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) também optou pelo afastamento do seu assessor no Estado, Thiago Haruo Mishima. Ao todo, o Gaeco prendeu sete pessoas e cumpriu 35 mandados de busca e apreensão em cinco cidades de Mato Grosso do Sul pelo crime de corrupção em licitações públicas fraudulentas, estimada em R$ 70 milhões para compra de ar-condicionado e produtos hospitalares.
Conforme a investigação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC), a organização criminosa atuava fraudando licitações públicas de locação de equipamentos médicos hospitalares a aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande, dentre outros.
Uma destas empresas, Isomed, que assinou um dos contratos ainda com o ex-secretário de Saúde Geraldo Resende, atualmente deputado federal, continuava recebendo em torno de R$ 1 milhão por mês ao longo de 2023. Em maio do ano passado, ela foi vencedora de um pregão eletrônico e garantiu contrato de R$ 12.164.640,00. Em 2021, recebia em torno de R$ 470 mil mensais da Saúde estadual.
O deputado federal Geraldo Resende também optou por afastar seu assessor Thiago Haruo Mishima, “Estou em Brasília (DF) cumprindo o mandato e acompanhando a operação pela imprensa”, disse, confirmando que o assessor está preso e informou que o contratou há 60 dias. Como não tem conhecimento do inquérito, informou que não irá se manifestar, porém, tomou a decisão pelo afastamento do assessor.
“Preciso tomar decisão, vou pedir para ele se afastar. Vou ver se tem essa figura aqui na Câmara e vou pedir para ele se afastar do gabinete enquanto é investigado”, comentou Geraldo Resende. Ao ser questionado se teve algum contato com o assessor, o deputado informou que “parece que ele foi detido” e soube que Mishima está contando com suporte de advogado pela imprensa.
Thiago Haruo Mishima, ocupou cargos de alto escalão no governo desde 2015, do então governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Atuou na Casa Civil, como assessor da Secretaria de Estado de Saúde (SES), entre 2019 a 2021, com salário de R$ 21.585,73. Já como assessor de Geraldo Resende, recebia R$ 10.210,08.
Sobre a Operação Turn Off
A operação do Gaeco foi batizada de Turn Off, voltada ao cumprimento de 8 mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Maracaju, Itaporã, Rochedo e Corguinho. A investigação, segundo o Gaeco, constatou a “existência de organização criminosa voltada à prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações de contratos públicos e lavagem de dinheiro”.