No próximo mês de junho, a execução da então modelo Eliza Samudio a mando do ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, completará 10 anos. Agora, a TV Globo resolveu anunciar uma série baseada no livro “Indefensável – O Goleiro Bruno e a História da Morte de Eliza Samudio”, desrespeitando a morte da garota, conforme a avaliação da mãe dela, Sônia de Fátima Moura, que mora no distrito de Anhanduí, no município de Campo Grande (MS), e foi ouvida pela reportagem do jornal Correio do Estado.
Sônia de Fátima Moura, que tem a guarda do neto, Bruno Samudio de Souza, 9 anos, informou que pretende acionar a Justiça para impedir a produção. “É uma falta de respeito com a memória dela [Eliza] e com o filho dela. Afinal de contas, ela tem um filho e a produção vai expor ele; é um pré-adolescente, é complicado”, disse.
Ainda conforme ela, a produção da TV Globo nunca a procurou para falar do projeto de gravar uma série televisa e, por isso, os advogados dela já estão trabalhando para impedir que a gravação tenha início. O objetivo, segundo Sônia Moura, é apenas proteger o menino, filho da modelo com o ex-goleiro do Flamengo.
“Meu foco sempre foi o bem-estar do meu neto, de proteger ele da história toda do que tinha acontecido. Eu quis poupar para que ele não seja exposto à história toda com 8 ou 9 anos de idade, e consegui até aí segurar realmente. [Com a série] ele estaria exposto a uma versão da história; da forma como querem fazer, ele vai ser exposto e vai mexer com o psicológico dele. E quem vai arcar com as consequências e com esse psicológico dele abalado?”, questionou a avó.
Além da preocupação com o neto, Sônia também afirma que o livro em que a série será baseada tem várias informações que não são verdadeiras. Idealizado pela diretora Amora Mautner, a atriz Vanessa Giácomo está cotada para fazer o papel de Eliza Samudio. Não há previsão para a estreia.
Atriz e modelo, Eliza Samudio foi morta e esquartejada pelo ex-goleiro Bruno, em 10 junho de 2010, aos 25 anos, depois de ficar em cárcere privado com o filho Bruninho, em Esmeraldas (MG). O corpo dela nunca foi encontrado.
Em 2013, Bruno, mandante do crime, foi condenado a 20 anos e três meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado. Em julho do ano passado, ele conseguiu o direito à progressão ao regime semiaberto.