O MPE (Ministério Público Estadual) abriu inquérito civil para apurar danos ambientais aos sericultores de Glória de Dourados (MS) causados pela aplicação de agrotóxicos nos canaviais do município.
A pulverização de agrotóxicos extermina os bichos-da-seda, que são responsáveis pela produção de uma fibra proteica natural formada pelo enrijecimento de um líquido viscoso secretado pelos casulos das lagartas, formando fios muito finos, flexíveis e resistentes.
Economicamente, esse produto é utilizado na indústria têxtil, onde se produz tecidos leves, brilhantes e macios, e tem uma aparência cintilante, devido à estrutura triangular da fibra, parecida com um prisma, que refrata a luz.
O extermínio desses insetos será investigado, acompanhado e fiscalizado pelas autoridades competentes. O relator do inquérito é o conselheiro Evaldo Borges Rodrigues da Costa.
De acordo com publicação do Diário Oficial do MPMS, após as diligências, empreendidas no decorrer do feito, o Parquet instaurou Procedimento Administrativo para o acompanhamento e fiscalização do “Termo de Cooperação” firmado entre os sericicultores, o Ministério Público Estadual, por meio das Promotorias de Justiça de Glória de Dourados/MS, Deodápolis/MS e Ivinhema/MS, Ministério Público Federal, e a Adecoagro Vale do Ivinhema S/A.
O objetivo é viabilizar R$ 612 mil para recuperar a área, com apoio a projeto ambiental a ser desenvolvido por entidade a ser indicada pelos cooperados (R$ 250 mil); criação do Comitê de Avaliação de Novas Reclamações e Protocolo de Solução de Conflitos; definição de sistema de transparência para acompanhamento da atividade de pulverização aérea da cooperante e realização de investimento social em favor da Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (R$ 362 mil).