Levantamento do site Midiamax junto ao Sinan (Sistema De Informação De Agravos De Notificação), do Ministério da Saúde, revela que o número de mortes por ataques de escorpiões em Mato Grosso do Sul no período de 2021 a 2022 aumentou 43%, saindo de 7 para 10.
Além disso, os dados também apontam que, nos 12 meses do ano passado, foram 267 ataques do aracnídeo no Estado, uma média de 22 ataques por mês, ou 0,7 por dia.
Neste ano, nos primeiros nove meses, já foram 334 ataques, o que representa média mensal de 37 casos, ou seja, 11 acidentes de escorpiões por dia em Mato Grosso do Sul. Segundo o Superintendente Estadual do Ministério da Saúde no Mato Grosso do Sul, Ronaldo Costa, uma das causas do aumento de mortes poderia estar ligada à reestruturação do Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), antigo Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica).
Ele conta que participou da criação do Civitox no começo dos anos 2000, que funcionava no HRMS. Assim, com o tempo e os atendimentos, uma equipe multiprofissional se especializou em casos de intoxicação e acidentes com animais peçonhentos. “Com o tempo, com os casos chegavam no mesmo lugar, as pessoas iam se especializando com a demanda nas abordagens e tinham mais precisão no diagnóstico para definir o tratamento. Então, o tempo para decidir o que fazer com o paciente foi se aprimorando”, ele relembra.
Porém, o centro integrado saiu do hospital e se instalou em outro endereço, se tornando em um centro de informações aos profissionais de saúde que atendem a população que foram picados por animais peçonhentos. Assim, na visão do superintendente, a qualidade do atendimento foi a mais afetada, já que muitos pacientes não procuram diretamente ao hospital. Em casos graves, é necessário aguardar por uma vaga e a transferência.
Cuidados
Altas temperaturas aliadas aos ambientes úmidos são propícias para abrigo do aracnídeo, principalmente na área urbana, como esgotos, fossas e entulho. Escorpiões se alimentam de outros aracnídeos comuns nesses locais.
A nota orientativa do Ministério da Saúde indica que o escorpião tende a migrar para residências quando sobe a temperatura. A saída de esgotos, ralos e pias são os ambientes de entrada do bicho. A recomendação é vedar esses espaços, com telas ou tampas.
Tampar frestas de portas com panos ou soleiras;
Afastar camas e berços das paredes;
Vistoriar sapatos e roupas antes da criança vestir;
Sacudir cobertores;
Isolar o ralo de tanques, pias e banheiro.
O ambiente sujo favorece o surgimento do bicho. Manter a área externa sempre limpa inibe a infestação de insetos. Para evitar o aparecimento, o Ministério da Saúde sugere a importância da vizinhança em prol da limpeza.